Ao contrário de
Durkheim e Marx, Max Weber lançou um olhar distinto sobre a sociedade européia
do século XIX. Para Weber, a sociedade não se constituía de um corpo coletivo
consciente que delimitava e determinava os passos dos indivíduos, mas antes
disso, esse corpo coletivo entendido como um aglomerado de indivíduos, em que
suas vontades e determinações individuais levam cada um a uma direção própria,
de modo que se torna impossível ter um panorama amplo e completo da sociedade,
pois o todo apenas teria sentido a partir da compreensão da totalidade de
perspectivas individuais, o que é algo impossível de se estabelecer.
Dada essa limitação abrangente, como
estudar a sociedade? Para Weber, é preciso explorar essas perspectivas
individuais de modo a se perceber nuances da sociedade e de seus valores e
comportamentos; isto é possível por meio do desenvolvimento do conceito de ação
social.
Por ação social devemos entender o
ato de um indivíduo dirigir-se a outro estabelecendo um contato e tendo um
objetivo, mas sem saber como o outro indivíduo irá reagir, Weber chama a
resposta à ação social de reação social, sendo que a interação social
resultante de ambos forma a relação social.
Em relação à tirinha exposta acima,
é possível exemplificar ação social, reação social e relação social. A ação
social da esposa que pede ao marido que nenhum prato seja nojento; a reação
corresponde à resposta do marido, com seu pedido. Assim, o primeiro quadrinho
forma a relação social, que gera outras interações contínuas, estabelecendo a
racionalidade da ação social e dando corpo à sociedade como um todo.
Weber, no entanto, nos alerta para o
fato de que nem toda ação social é necessariamente racional. Para tanto, esta
deve possuir sentido e compreensão. Não se adequando a esses quesitos, a ação
toma outro corpo, podendo seguir dois caminhos distintos: ação pode ser
reativa, o que significa uma reação instintiva por parte do indivíduo; pode ser
condicionada, em que uma pessoa é influenciada por outra e tomar decisões de
modo a perder sua autonomia individual.
Por fim, a compreensão da sociedade
é possível em sua realidade? Para Weber, a resposta é positiva, desde que se
tomem algumas precauções. É possível estudar a sociedade, mas dentro de um
determinado modelo conceitual e não tomando seus dados reais. Esse modelo conceitual
Weber chamou de tipo ideal, que corresponde a uma generalização conceitual útil
para que se possa estudar a sociedade como um todo, sempre lembrando que tal
situação é um instrumento teórico e não a realidade pronta e acabada.
Douglas Torres Betete - 1º ano Direito (noturno)
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