Assim
como Karl Marx e Émile Durkheim, Max Weber explorou diversos campos do
conhecimento, sendo influenciado por estes dois sociólogos, elaborando
inclusive críticas sobre suas obras. Diverge de Marx quanto ao papel da
sociologia, pois segundo ele esta não deve dizer aos indivíduos o rumo certo a
tomar, por ser uma ciência da realidade, devendo elaborar críticas e não buscar
leis, diferentemente do que dizia o determinismo, sendo contra todos os tipos
deste – dialético, funcionalista e positivista.
É
representante da sociologia compreensiva, que busca entender o mundo social
baseado nas ações individuais, enquadradas em determinado contexto. Assim, contrariando
os demais clássicos, defende que para entender o funcionamento da sociedade é
preciso fracioná-la, ou seja, observar as ações individuais. Em cada ação há influências
de diversas instituições – estado, família, escola- correlacionando-se as várias
ações sociais decifra-se a sociedade. Assim um ato pode comportar milhares de
possibilidades que o influenciaram, sendo muito importante analisá-lo de acordo
com a perspectiva de quem o praticou, e não de quem o está analisando, para
compreender o valor do outro, sem necessariamente ratificá-lo.
Para
facilitar a identificação de quais valores motivaram a ação, Weber cria os
tipos ideais. São utopias, modelos para serem encaixados na realidade, usados
para a análise. São de quatro tipos: racional relativo a fins; racional
relativo a valores; afetiva e tradicional. Há no mundo uma enorme tendência de racionalização
das ações, com o desenvolvimento do capitalismo e expansão dos meios urbanos,
impactando na cultura, estado e diversas instituições. Entretanto está
ocorrendo há algum tempo o crescimento da motivação relativa a valores, que
pode ser observada pela grande expressividade da bancada evangélica na política
brasileira e pela dimensão de movimentos como o do grupo terrorista Estado
Islâmico.
A
população imersa nessa sociedade finalista, em momentos de crise sente a falta
de valores norteadores a serem seguidos, neste momento que são propagados
valores como os religiosos, muitas vezes conservadores. Assim a atitude de
terroristas ao massacrarem toda uma população de diversidade ética-religiosa é
justificados pelos seus valores pré-estabelecidos que determinam que assim o
devem fazer, havendo a crença de que este é o certo que agrada seu deus. O mesmo
pode se dizer da bancada evangélica brasileira, que influencia grande parte da população,
promovendo uma verdadeira conquista política para seus valores, que implica na condenação
de valores de outros setores sociais. Ao condenar um homossexual, o fiel está
sendo motivado pelos ensinamentos religiosos recebidos, ferindo, porém, as determinações
de outrem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário