A concepção de Max Weber sobre ciência social é a de que consiste em uma ciência da realidade, de uma crítica do mundo, em contraposição às ciências nomológicas, que objetivam o domínio do mundo. Weber defende o foco no indivíduo como método para se entender suas ações. A ação social, para ele, abrange a compreensão do agir individual e do sentido desse agir em relação a outras ações. A ação social, é, portanto, a interconexão de ações.
Partindo do pressuposto de que as ações do indivíduo são pautadas por seus juízos de valor, torna-se possível verificar uma infindável quantidade de causas que podem levar a essa ação. Dessa forma, para se apurar a significação de determinado objeto analisado, mostraria-se necessário fragmentar a realidade e considerá-la como resultado de concepções valorativas individuais. A isso se dá o nome de significação cultural, que considera as causas que influenciaram determinado resultado e que, uma vez que isso irá variar de indivíduo para indivíduo, é uma significação mutável, em contraposição ao conhecimento geral, que busca noções abstratas e estáticas do mundo.
Como tais causas podem ser infinitas, de acordo com as possibilidades, a tentativa de compreender os fenômenos individuais terá sentido lógico se houver uma limitação dessas causas, considerando apenas os fenômenos significativos. O meio para se definir quais são esses fenômenos significativos é a imputação causal, a qual será determinada pela amplitude do conhecimento geral do indivíduo. Entretanto, vale ressaltar que, para as ciências da cultura, o conhecimento geral não tem valor por si próprio, sendo utilizado como meio para compreensão juntamente com outros métodos apresentados por Weber.
Conclui-se disso que o conhecimento cultural é determinado por ideias de valor. Todo conhecimento é pautado por diferentes pontos de vista de particulares. Assim, a cultura não apresenta um sentido próprio, mas sim um sentido atribuído pelo homem através do seu modo de pensar. O objeto de estudo do indivíduo é condicionado pelas suas ideias de valor e os limites desse estudo, pela época em que é feito. Nesse sentido, o conhecimento toma uma direção de acordo com essas orientações, que devem ser levadas em conta pelos demais indivíduos ao analisarem tal conhecimento.
Portanto, as ciências sociais, espécies das quais as ciências da cultura são gênero, são mutáveis e suas definições de mundo, renováveis à medida que se altera a consciência individual em uma determinada época. Weber salienta que existem os cientistas que cultivam a matéria e os que cultivam o espírito. Os primeiros têm uma abordagem mais estatística e focam nos fatos; já os segundos são sedentos por novos pensamentos. O método mais virtuoso seria o de conciliar os fatos aos conhecimentos novos, baseando-se estes naqueles.
Marina Araujo da Cunha, 1º ano - Direito - Diurno.
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