Surdos como pedra
A maioria das pessoas tende a achar que o Direito é uma via de mão única. Estão tão acostumados com promessas vazias e demagogas dos nossos governantes e juristas que não conseguem enxergar que nas ruas das capitais, e de todas as cidades do Brasil, emerge uma nova forma de Direito, um Direito que não está escrito, nada a ver com o Direito do Estado, um Direito que se preocupa sobretudo com o mais humilde dos homens: o Direito dos excluídos que vivem à margem da sociedade.
Mesmo não estando escrito, tal Direito tem leis e normas vigentes que na maioria das vezes ignora o ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa determinada época. Ele tem como função primordial regulamentar a vivência de uma determinada sociedade num determinado espaço, e na maioria das vezes se pauta no valor da igualdade, da liberdade e da ética, diferente do Direito dos fortes e dominantes.
O grande problema do Direito tradicional é que ele é geralmente vazio e ineficaz. Mesmo tendo melhorado ao longo do tempo e tentado se adaptar a todos os tipos de grupos humanos sociais , ele, não raras as vezes, tem falhado, uma vez que privilegia uma pequena porção da sociedade: os ricos.
A população, já exaurida dessa mesmice vai às ruas e organiza movimentos sociais que lutam para que o seu direito seja legitimado. Mesmo com a mobilidade própria do Direito, os governantes no Congresso são surdos como pedra. Preferem ficar inertes em face aos desejos populares. Porém, assim como os governantes têm ouvidos de pedra, a sociedade também tem pedra, mas em seus corações, e ao que tudo indica, não pararão, até que uma das pedras se esfarele.
Felipe Antonio Ferreira Domingues da Silva - Direito Noturno
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