O Códice
Criança de uma estupefata humanidade,
de um povo que engatinha em seus próprios direitos.
És tutora de toda uma raça, protetora das calamidades
dos vícios, do caos de seus defeitos.
Tu que prezas pela vida, ouve meu brado!
Eu que do chão clamo, te odeio!
Se não me serves, serves ao nada
E te expurgarei temporariamente de meu meio.
Cria muda de um sistema cego
que corre, que baila em ciclos
e em círculos alimenta o ego.
Cria viva, falante
que berra, que luta
e guerreia galante.
Tu que vives por mim, ingrato!
Tua retórica custa meu sangue em suor
Se não me vingas, te mato!
Portanto venha e previna-nos do pior!
Tantos livros demonstram tua erudição!
Quantos códigos enumeram teus predicados!
Desde quando perdeste tua audição?
Desde quando esqueceste teu pecado?
Pois eis que está escrito:
"Ao homem sirvam as tradições"
Esqueça então minhas maldições,
Eu não mais te abandono, proscrito!
Tu vives por mim, é teu efeito
e mesmo em teu defeito, espero.
Andemos juntos, caro irmão
Pois um homem sem direitos, jaz fadado à solidão.
Adolfo Raphael Silva Mariano de Oliveira - 1º ano - XXXI Direito Noturno.
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