A
obra “Eu, Christiane F., treze anos, drogada, prostituída” dos jornalistas Kai
Hermann e Horst Rieck ilustra o nítido aspecto coercitivo dos fatos sociais,
presente na filosofia de Durkheim. Isso porque, a narrativa, fundamentada em
uma história real, revela, como se pode presumir pelo próprio título do livro,
o envolvimento de uma jovem garota alemã com as drogas, sobretudo com a
heroína, e todas as condições propícias que contribuíram para sua situação.
Caso
Durkheim obtivesse conhecimento da história de Christiane F., hipoteticamente,
elucidaria que a garota exemplifica mais uma vez a prevalência da sociedade
sobre as vontades individuais. Embora não seja uma coerção imposta pelo
Direito, a relação do adolescente com as drogas é algo aparente na sociedade
humana, mesmo que muitos jovens não se vinculem a esse caminho, os que nele
permeiam, encontram grande dificuldade e até mesmo impossibilidade de fugir a
ele.
Assim
se deu com Christiane, a jovem persuadida pelo meio social e principalmente por
observar o comportamento de seu namorado, e até mesmo para agradá-lo, começou a
utilizar drogas aos 12 anos, e gradativamente, sua condição foi ficando
caótica, até resultar na prática da prostituição para conseguir o produto.
É
possível, com muita cautela, observar o pensamento durkheimiano nessa condição
que não apenas Christiane passou, mas que jovens em geral deparam-se ao menos
com essa “influência”, essa coerção existe na juventude. Segundo Durkheim, esse
e todos os outros fatos sociais não representam anseios individuais e
autônomos, sendo, portanto, reflexos de condutas atreladas a todo o coletivo
social, dificilmente realizadas espontaneamente.
Juliana Galina - Direito Diurno.
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