Quem somos realmente? Temos vontades próprias nas sociedades em que vivemos? A expressão maior da comunidade vem, para Durkheim, mostrar-nos que ela é a verdadeira Rainha social, despótica na sociedade. Dotada de suas maiores armas, os fatos sociais, a tirana exerce seu poder coercitivo em todos os individuos em sociedade.
Comunidade que, como o próprio nome indica, sugere o comum, a coletividade. Não se trata, portanto, de vontades individuais capazes de serem realizadas em sua plenitude. Trata-se, então, de vontades coletivas, da interação social como soberana. Dessa forma, os fatos sociais também são comuns,devem atingir todas a pessoas permeando os eus interiores, uma concepção de generalidade.
Mas como manter essa expressão máxima como sendo a certa, a verdadeira?. Dessa forma destaca-se a segunda característica inerente ao fato social, seu dever de sanção. Quem tenta escapar, portando, dessa ''lei'' comunitária deverá sofrer uma pena. Se firo o coletivo, devo ser penalizado, se minha vontade individual sugere algo ''anormal'', devo descartá-lo logo.
Descartá-lo, pois -pelo menos nesse momento- não há possibilidade dessa afrontas ao social e ao geral, não poderei expressar-me como quero, ferindo a moral por exemplo, pois o fato social expõe sua terceira característica, ele age sobre todos de forma tirana. Não existe, portanto, um contrato de obrigações entre meu eu e os fatos sociais. Nasci, como todos, sujeito a eles, filho do Senhor Social.
Dessa forma, é impossível crer em uma separação entre fatos sociais e a expressão do Direito. O Direito é apresentado a nós como forma de cultura, uma manifestação das vontades coletivas,pós contrato social, em determinado periodo histórico. Seu potencial dinâmico é indiscutível, assim como o dos fatos sociais. Tudo muda na comunidade, exemplos são outros, estatísticas são outras, o rio corre com mais ou menos velocidade, com mais ou menos água, mas uma coisa é certa, as margens são as mesmas, as margens são o todo, o coletivo, e ao tentar fugir dessa margem, com certeza parte do rio você não fará mais.
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