Durante a consagração de
qualquer ciência, a definição do objeto de estudo é de plena importância. Com a
sociologia não foi diferente. Durkheim explora o fato social de diversos ângulos,
permitindo uma definição do objeto de estudo sociológico satisfatória. Uma
frase que exprime uma das ideias principais de sua obra As Regras do Método Sociológico é: “Quando, pois, procuramos
explicar um fenômeno social, é preciso buscar separadamente a causa eficiente
que o produz e a função que desempenha”. Partindo disso, inicia-se uma analise
profunda de causas e funções.
Primeiramente, os fins e os meios pelos quais os fatos
sociais agem não se impõem de maneira indistinta a todos os homens. Seja pela posição
social que o homem ocupa ou por aceitar mais facilmente essa pressão social,
sem se rebelar contra ela, o que amplia a imposição do fato. Contudo, há uma
regularidade espantosa na reprodução dos fatos em mesmas circunstâncias.
Os fatos sociais derivam da natureza humana, e produzem
uma consciência coletiva, de tal forma que essa deixa de ser a soma das consciências
individuais e adquire autonomia. Por isso, a causa determinante do fato social não
deve ser buscada nas consciências individuais, e sim em fatos anteriores. Durkheim
também defende a importância de se conceber o meio social como determinante da evolução
coletiva.
Por fim, com essa definição limitativa dos fatos social
permite-se a sociologia um entendimento mais abrangente dos fatos sociais e da coerção
por esses exercida. De extrema importância na atualidade, tempo no qual cada
vez mais grupos ditos excluídos se manifestam socialmente buscando aceitação e
respeito, é entender as divergências entre a consciência coletiva e a
individual e como isso amplia a coerção sobre indivíduos que não representam o
modelo esperado de ser social. Durkheim não viveu o século XXI, mas, com
certeza, em seu pensamento pode-se encontrar meios de se solucionar os
problemas modernos.
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