“Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo”, assim Karl Marx e Frederich Engels iniciam o chamado
“manifesto do partido comunista”, obra a qual tinha como objetivo discutir e
expor os fundamentos do comunismo.
No século seguinte, o XX, durante a década de
10, ocorreu a chamada Revolução Russa, onde pela organização dos trabalhadores,
o antigo regime, que possuía características semi feudais ruiu e assim teve
inicio um governo socialista, que duraria até os anos 90.
Nos acalorados discursos dos líderes
revolucionários, o socialismo era a libertação da classe trabalhadora, era uma
forma para de fato existir a igualdade entre os homens, como várias vezes
descrito o “paraíso na terra”. Mas o fortalecimento do estado, a criação de uma
burocracia e do uso da violência, o sistema foi se mostrando incoerente na
antiga União Soviética.
Nos primeiros anos do século XX, antes e depois
da própria revolução, muitos foram os críticos das ideias marxistas, usando as
mais diversas análises e áreas do conhecimento para a argumentação da ineficiência
das ideias marxistas, segundo esses pensadores. A se destacar, era a posição de
parte dos psicanalistas, área surgida com Sigmund Freud e que se fortalecia
cada vez mais, onde afirmaram que era impossível planejar um sistema onde indivíduos
eram considerados iguais por parte do Estado, porém, as teses psicanalíticas afirmavam
que os seres humanos eram anti sociais, egoístas, e eram profundamente
diferentes nas mais diversas análises. Portanto, não caberia ao Estado tentar
garantir essa suposta igualdade.
Para ilustrar, posso fazer a retomada de um
filme hollywoodiano chamado “circulo de fogo” que trata da decisiva batalha de
Stalingrado durante a Segunda Guerra. Certa parte do filme, começa a desenrolar
um triangulo amoroso entre um atirador de elite russo, uma tradutora e um
oficial do exército vermelho. Ao ver este oficial russo que perderia sua amada
para o atirador, diz que “não adianta existir um sistema, um estado que diga
garantir a igualdade, pois a essência humana é a da desigualdade, a da
diferença”. Lógico que não pode se caracterizar um sistema político com base em
uma cena de filme, porém este dialogo representa um pouco dessa ideia mais psicanalítica
de interpretar o marxismo.
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