O manifesto comunista, escrito
por Marx e Engels, não é apenas um panfleto político. É, na verdade, uma
análise mais profunda do sistema capitalista – afinal, apenas podemos expressar
opiniões, convergentes ou não, daquilo que temos certa propriedade, certo
conhecimento, não é mesmo?! - que põe no papel o contexto de uma condição
social provocada pela exacerbada exploração, por uma classe mais alta, de outra
inferior. A partir daí, tentam mostrar um segundo caminho, mais humano do que
este que se apresentava associado ao Capitalismo.
O Socialismo, nome do
antagonismo ao Capitalismo, evoluiu de um Socialismo Utópico ao chamado
Socialismo Científico. Pregava-se a igualdade, que só seria possível, como em
todas as rupturas de outras épocas, após uma revolução, no caso, liderada pelos
operários contra a burguesia – a chamada luta de classes, o motor da história.
Na prática, diz-se que o Socialismo figurou no mundo até o início dos Anos 90,
época da queda do Muro de Berlim e fim da chamada Guerra Fria, com suposto
triunfo do Capitalismo. “Diz-se” porque, na verdade, muitos consideram que o
Socialismo não existiu, pelo menos não na essência do pensamento inicial de
Marx e Engels. E, pelo mesmo motivo, há a discussão sobre se o triunfo
Capitalista seria verdadeiro.
Assim, o Capitalismo de fato
venceu? Podemos dizer que não exatamente, quando consideramos a precária situação
em que se encontram pessoas de várias partes do mundo, que não têm suas
necessidades básicas supridas e chegam inclusive a passar fome. Por outro lado,
o Socialismo como conhecemos na prática se mostrou incapaz de se manter tanto
como uma oposição ao Capitalismo quanto um Sistema em si. Foi nesse mesmo
Sistema que o homem se mostrou extremamente ganancioso – ainda havia alguma
dúvida disso?!- e impossibilitado de chegar à igualdade, tanto pelo fato de o
homem ser competitivo quanto pelo fato de, extinta a desigualdade econômica,
outras já existentes ganham evidência.
Fato é que a burguesia –
colocada por Marx e Engels como revolucionária – criou um sistema extremamente
adaptável. Assim, podemos perceber que o próprio Socialismo ruiu diante de um
Capitalismo que, na verdade, se utilizou de algumas de suas características
para aprimorar-se – pelo menos superficialmente. As políticas públicas e
mudanças de lei, que oferecem uma ideia de segurança, podem ser consideradas
exemplos de adaptações do Capitalismo. Além disso, o operário não se vê mais
como uma classe oposta à burguesia, e sim como uma classe aspirante a essa
mesma posição. O que antes poderia ser um conflito se transformou em modelo de
vida para todos, o que, de certa forma, impossibilita a ocorrência de maiores
mudanças.
Enfim, podemos facilmente perceber que o
“Manifesto Comunista” ainda pode ser considerado contemporâneo, não só porque
retrata uma realidade social que se assemelha à atual, mas também por já trazer
a ideia de fatores importantes, mesmo de uma forma diferenciada - condizente
com a realidade e tecnologias da época - na economia e política moderna, como a
própria globalização. E indo mais além, se considerarmos as recentes crises
econômicas mundiais, podemos vislumbrar um alarme para mostrar ou a necessidade
de nova fase, nesse Capitalismo tão “mutante” ou, de fato, seguirmos com um
sistema inovador que solucione as falhas capitalistas.
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