É nítido que
o combustível do mundo, a partir da revolução burguesa, é a ambição de ascender
economicamente. Ambição esta de todas as nações e todas as pessoas, pertencentes
ou não a grupos privilegiados. O que se vê é que os trabalhadores se motivam
unicamente pela esperança que a sociedade capitalista lhes dá de ascender
socialmente. Essa esperança era o elemento que faltava na sociedade burguesa do
século XIX. Foi a sua falta quem ensejou as idéias comunistas e o movimento
proletário. A total ausência de perspectiva, a aniquilação que se consolidava e
que piorava exponencialmente a cada dia, fizeram afluir o sentimento humano de
dignidade com um ímpeto nunca visto anteriormente. A sociedade burguesa foi a
sociedade dos excessos – de lucro, de exploração, de monopólio...
Em busca da
esperança, pelo restabelecimento de sua dignidade, os proletários se uniram no
mundo todo. Seu belo discurso, porém, não foi o suficiente ante a força do
lucro. O capitalismo já havia criado raízes e, astuta e imperceptivelmente, transacionou com a parte proletária,
atendendo à maior de suas demandas – a dignidade. Através do direito, que mais
uma vez aparece na história com a concepção de instrumento de dominação e
conservação do poder. A Segunda Geração dos Direitos Humanos trouxe a igualdade
e os direitos sociais que satisfizeram às demandas mínimas e mais urgentes e
acalmaram os ânimos da efervescência comunista.
Baixada a
poeira, pôde-se notar a supremacia capitalista. Não se pode ignorar (e até
mesmo admirar) sua capacidade de sair pela tangente, de se moldar às condições
hostis da época, sempre triunfando hipocritamente, através do direito
legitimado pelo povo, por um povo que já nasce imerso no espírito capitalista.
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