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segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Em “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels analisam a estrutura da sociedade capitalista, avaliando os seus pontos positivos e negativos. Sabemos que a classe burguesa revolucionária foi responsável pela ruptura da estrutura social que se mantinha na Europa até a Revolução Francesa, ou seja, aquela em que a nobreza e o clero ocupavam o topo da pirâmide social, explorando as demais classes que compunham a sociedade. Nesse sentido, pode-se dizer que conseguimos alguns avanços com os novos direitos adquiridos a partir do discurso iluminista, que pregava a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre as pessoas.

No entanto, é valido pensarmos que, no final da Idade Média – quando, aliás, surgiu a burguesia -, o poder era descentralizado, o que prejudicava a organização comercial e, consequentemente, a obtenção de lucros dessa nova classe social. Então, nesse momento, a mesma passou a incentivar, com o seu capital, a monarquia decadente para que esta centralizasse o poder. A união entre essa camada social decadente e o capital burguês deu origem ao Estado Absolutista, que mais tarde será combatido pela própria burguesia.

Detentores do poder econômico, os burgueses passaram a buscar também o poder político, o que seria possível apenas através de uma revolução com apoio do povo, que seria seduzido pelas ideias de liberdade e igualdade entre todos. A revolução foi feita, mas os antagonismos entre as classes não foram abolidos; pelo contrário, ocorreu um fortalecimento do capitalismo e aqueles foram acentuados.

Com tal revolução, a burguesia criou uma constituição social e política adaptada a ela e sob o seu controle econômico e político. A sociedade, estruturada dessa forma, legitima as ações burguesas através de normas e, apesar destas serem estabelecidas em nome da liberdade, trata-se de uma nova maneira de opressão e dominação.

A burguesia – com o auxílio da normatividade jurídica - consegue neutralizar a dominação, pois os seus valores serão defendidos não somente por ela – classe dominadora -, como também pela classe trabalhadora, que é a classe dominada. Percebemos tal fato claramente nos dias de hoje, em que a classe trabalhadora, ao invés de ter seus próprios valores e buscar a sua própria revolução para que deixe de ser explorada, não só aceita, como também compartilha dos valores burgueses e busca alcançar aquilo que a classe burguesa já alcançou.




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