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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A necessidade de não se acomodar.



            As ideias de Marx e Engels, expostas em seu “Manifesto do Partido Comunista”, foram responsáveis por causar uma ruptura no pensamento vigente da classe trabalhadora. Provavelmente, uma das obras fundamentais para transformar como Hobsbawm diz: o século XX na famosa “Era dos Extremos”.  Até hoje essa obra encontra respaldos dentro das universidades de todo mundo, incluindo em diversas universidades brasileiras (para não dizer todas).
            A obra, embora construída por meio de uma linguagem simples, carrega dentro de si um potencial gigantesco de convencimento. Cada linha, cada premissa, esta impregnada daqueles sentimentos tão exaltados pela revolução francesa: a liberdade, a fraternidade e, principalmente, a igualdade. E em razão disso, ela conseguiu se espalhar de maneira, bastante rápida, pela classe dos trabalhadores, durante o início do século XX. Acontece, também, que ainda hoje ela constitui o livro de bolso da grande maioria dos indivíduos que se intitulam marxistas.
            Não há dúvidas que “O Manifesto” é um livro base para entender e estudar o que Marx e Engels pensavam a respeito do decorrer da história. Certamente, também é um poderoso manual que descreve bem as vantagens que a revolução burguesa trouxe e também trás os problemas acarretados por esta. Todavia, o problema começa quando o livro passa a ser encarado sobre uma perspectiva dogmática e não científica. O que seria na visão de Weber apenas um tipo ideal, ganha dentro de universidades um caráter divino e intocável. Talvez, seja por temer esse exagero na maneira que alguns enxergavam a obra, que até mesmo o próprio Marx se diz não ser um marxista.
            Esses indivíduos obsessivos e crentes de terem encontrado uma suposta “verdade”, possuem discursos belíssimos a cerca das falácias do liberalismo, da manipulação das massas, do operário alienado, e de como a revolução acarretada pela união dos trabalhadores contra a burguesia será estupenda. Matam diversas aulas, por estarem ” lutando contra o sistema”, e quando o período de aula acaba voltam para suas casas onde passam o restante do dia, sentados em frente a um computador conectado com a página do “facebook”. Sitio este, que é usado com o intuito de compartilhar frases prontas sobre comunismo, combinar próximas festas e contar o quanto se embebedaram na ultima.
            Não percebem que são indivíduos divulgando teses já petrificadas pelo tempo, e já foram absorvidos pelo próprio sistema que criticam. Alias agir da forma como agem só facilita o giro do sistema capitalista. Pois, graças à alta capacidade de mutação do sistema capitalista, ao longo dos anos, ele foi sendo capaz de absorver partes dos outros modelos de sistema e mais promover uma valorização de tudo para produzir todo o tipo de mercadoria (inclusive camisas do "Che" Guevara). Nesse sentido fica evidente, a necessidade, de que se queremos combater o sistema capitalista é necessária à formulação de novas teses. Pois, as teses de Marx não previam as diversas transformações pelas quais passou o sistema capitalista.
            Em suma, é necessário perceber a importância do “Manifesto do Partido Comunista”, mas também é fundamental que os verdadeiros estudiosos de Marx e críticos do atual sistema, abram mão de ouvir os indivíduos que emperraram no tempo e que não contribuem para a formulação de novos estudos visando meios efetivos de combate a esse capitalismo selvagem.

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