As
ideias de Marx e Engels, expostas em seu “Manifesto do Partido Comunista”,
foram responsáveis por causar uma ruptura no pensamento vigente da classe
trabalhadora. Provavelmente, uma das obras fundamentais para transformar como
Hobsbawm diz: o século XX na famosa “Era dos Extremos”. Até hoje essa obra encontra respaldos dentro
das universidades de todo mundo, incluindo em diversas universidades
brasileiras (para não dizer todas).
A
obra, embora construída por meio de uma linguagem simples, carrega dentro de si
um potencial gigantesco de convencimento. Cada linha, cada premissa, esta
impregnada daqueles sentimentos tão exaltados pela revolução francesa: a
liberdade, a fraternidade e, principalmente, a igualdade. E em razão disso, ela
conseguiu se espalhar de maneira, bastante rápida, pela classe dos
trabalhadores, durante o início do século XX. Acontece, também, que ainda hoje
ela constitui o livro de bolso da grande maioria dos indivíduos que se
intitulam marxistas.
Não
há dúvidas que “O Manifesto” é um livro base para entender e estudar o que Marx
e Engels pensavam a respeito do decorrer da história. Certamente, também é um
poderoso manual que descreve bem as vantagens que a revolução burguesa trouxe e
também trás os problemas acarretados por esta. Todavia, o problema começa
quando o livro passa a ser encarado sobre uma perspectiva dogmática e não
científica. O que seria na visão de Weber apenas um tipo ideal, ganha dentro de
universidades um caráter divino e intocável. Talvez, seja por temer esse
exagero na maneira que alguns enxergavam a obra, que até mesmo o próprio Marx
se diz não ser um marxista.
Esses
indivíduos obsessivos e crentes de terem encontrado uma suposta “verdade”, possuem
discursos belíssimos a cerca das falácias do liberalismo, da manipulação das
massas, do operário alienado, e de como a revolução acarretada pela união dos
trabalhadores contra a burguesia será estupenda. Matam diversas aulas, por
estarem ” lutando contra o sistema”, e quando o período de aula acaba voltam
para suas casas onde passam o restante do dia, sentados em frente a um computador
conectado com a página do “facebook”. Sitio este, que é usado com o intuito de
compartilhar frases prontas sobre comunismo, combinar próximas festas e contar
o quanto se embebedaram na ultima.
Não
percebem que são indivíduos divulgando teses já petrificadas pelo tempo, e já
foram absorvidos pelo próprio sistema que criticam. Alias agir da forma como
agem só facilita o giro do sistema capitalista. Pois, graças à alta capacidade
de mutação do sistema capitalista, ao longo dos anos, ele foi sendo capaz de
absorver partes dos outros modelos de sistema e mais promover uma valorização
de tudo para produzir todo o tipo de mercadoria (inclusive camisas do "Che" Guevara). Nesse sentido fica evidente, a necessidade,
de que se queremos combater o sistema capitalista é necessária à formulação de
novas teses. Pois, as teses de Marx não previam as diversas transformações
pelas quais passou o sistema capitalista.
Em suma, é necessário perceber a
importância do “Manifesto do Partido Comunista”, mas também é fundamental que
os verdadeiros estudiosos de Marx e críticos do atual sistema, abram mão de
ouvir os indivíduos que emperraram no tempo e que não contribuem para a
formulação de novos estudos visando meios efetivos de combate a esse capitalismo
selvagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário