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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

“O Manifesto Comunista” e Hermann Heller


A obra “O Manifesto comunista”, de Karl Marx e Friedrich Engels, traz, em seus capítulos iniciais, além do elogio à revolução burguesa e ao salto dos meios de produção para um patamar impossível para o sistema feudal, a denúncia sobre o excesso de bens que alavancou a pobreza e engessou os indivíduos em classes sociais sem aparente mobilidade, construindo uma sociedade estamental moderna.
A partir dessa constatação, os autores expõem que a forma da sociedade capitalista foi baseada no antagonismo das classes opressoras e oprimidas e, somente assim, alimentou-se a máquina da apropriação por parte dos burgueses, detentores ainda do auxílio dos ordenamentos jurídicos do Estado de Direito que pregam liberdade individual e livre concorrência, valores que escondem os interesses burgueses.
Assim, a iniciativa comunista para desmantelar o Estado burguês somente poderia ser a revolução da classe trabalhadora. Conduzindo o proletariado à posição de classe governante ao arrebatar o poder político para si e, gradativamente, todo o capital da burguesia, e centralizando todos os meios de produção nas mãos do Estado, agora representante do povo, da maioria, por meio dos instrumentos político-econômicos anunciados no “Manifesto Comunista”.
Essas visões econômicas, políticas e sociais claramente se fundamentam nos métodos marxistas. O autor alemão Hermann Heller, que escreveu a obra “Teoria do Estado, trouxe uma nova visão para o socialismo, apontando que a mudança no regime capitalista pode ser feita pela via eleitoral, sendo assim, contra a revolução do marxismo e seu grande enfoque nos aspectos econômicos. Segundo Heller, a luta de classes que Marx descreveu é na verdade um meio positivo para o fim socialista e este seria o “refinamento” do Estado, que tem papel essencial nessa transformação.
A proposta de Heller para o fim da dominação burguesa é o aprofundamento do Estado de Direito pelo Estado Social de Direito, defendendo a subordinação da economia de mercado às leis, a expansão do Estado de Direito às esferas sociais e econômicas, o que demonstra o inicio da transição para o socialismo, dada a impossibilidade, segundo Heller, do estado de classes burguês.

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