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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Capital e Religião


        Após as Revoluções Industriais dos séculos XVIII e XIX pudemos observar grandes modificações nas formas de produção. Modificações estas que não interferem apenas no âmbito da economia, mas também se relacionam com a política, influenciam as relações sociais e o modo de agir e pensar da sociedade como um todo. Através dos meios de comunicação, foi possível a difusão dos preceitos burgueses, assim como a dispersão de seus produtos por todo o globo. Os valores burgueses foram agregados na sociedade contemporânea de forma natural, muitas vezes inconsciente.
        Ao analisarmos a influencia do pensamento burguês na sociedade atual, nos deparamos com resultados absurdos. Refiro-me, por exemplo, à grande influencia que o capital exerce sobre as crenças e religiões. Muitas igrejas, e/ou alguns de seus representantes, utilizam-se de meios irregulares para a obtenção de capital. É comum nos depararmos com cultos que pregam o capital como forma de obtenção de perdão, benção e prosperidade, transformando a bíblia e a fé em instrumentos de extorsão. Além disso, frequentemente “religiosos” dessas instituições são relacionados a crimes de estelionato, desvio e lavagem de dinheiro.
          Entretanto, o mais alarmante é o fato de que tais preceitos se expandem cada vez mais. Principalmente em meio àqueles com dificuldades econômicas, que almejam obter melhores condições. O pensamento burguês está tão difundido e consolidado na sociedade atual que a oferta de grandes quantias de dinheiro em troca de bênçãos divinas se dá de forma natural, passando despercebida por muitos. O capital adquiriu maior influência para a obtenção da “simpatia divina” do que a solidariedade, honestidade e as boas ações.           Para ilustrar a ideia, indico o filme “O enviado” (Sympathy for Delicious), de 2010, que é uma obra fictícia que gira em torno de um indivíduo que descobre ter o poder de curar enfermidades em outras pessoas, mas não em si mesmo. Além de outros aspectos reflexivos envolvidos na trama, é interessante notar o conceito da religião. Assim que descoberto por um religioso, o poder do sujeito passa a ser utilizado como forma de obter vantagens econômicas em troca da cura, à qual se dá um caráter divino, mesclando fé e esperança com  interesse e hipocrisia. O longa-metragem conta com a participação e direção de Mark Ruffalo, atuação de Christopher Thornton, Juliette Lewis, Laura Linney e Orlando Bloom.

*Segue o link do Trailer: 
http://www.youtube.com/watch?v=7lxn36XmA9w

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