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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Liquidez social


Em “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels, apresentam uma análise da recém surgida sociedade industrial do século XIX, a qual sofria as transformações do sistema capitalista, propondo o rompimento da classe trabalhadora com a burguesia, surgida através das ruínas feudais.
Através de sua “bandeira”, a classe burguesa almejava o rompimento dos grilhões da forma de produção feudal e a expansão do capitalismo pelo globo, a fim de atingir um comércio sem limites jurídicos. Com isso, os mercados continuaram a crescer e a manufatura não se mostrava suficiente para suprir a demanda, era preciso que houvesse a substituição pelo vapor das máquinas. Forçavam as sociedades a adotarem o novo modo, a se tornarem sociedades de comércio, criavam um mundo à sua imagem e semelhança.
Desse modo, os donos dos meios de produção, revolucionaram os seus instrumentos e as relações de produção, atingindo, inevitavelmente, as relações da sociedade. “Tudo que é sólido derrete-se no ar” (p. 12), as relações humanas tornaram-se líquidas. Baseadas pelo interesse capitalista de agregar consumidores, passamos a nos relacionar por interesse, buscando sempre ganhar algo. Bauman, em “Modernidade Líquida”, apresenta, através da metáfora da liquefação, as consequências trazidas pelas transformações sociais para as relações humanas. O sociólogo mostra que o estado líquido é capaz de moldar-se às diversas estruturas, portanto, o indivíduo teria capacidade para absorver a nova mudança e se adequar a ela.
Logo, o proletariado seria capaz de sobreviver às mudanças oferecidas pelo capitalismo, entretanto, para Marx, a classe trabalhadora deveria romper os laços de exploração, era preciso uma Revolução do Proletariado, para que a sociedade se mantivesse de uma forma justa. Em contrapartida, o alemão coloca que para que uma classe seja libertadora, é necessário que outra classe se revele como opressora.
Conclui-se que o sonho de Marx e Engels apresenta-se utópico, pois se é preciso uma classe opressora, esta encontra apoio no sistema capitalista e na sociedade do consumo, a qual vem apresentando crescimento. Portanto, continuaremos líquidos, capitalistas e proletariados, até que um novo sistema surja e transforme, mais uma vez, as relações econômicas e sociais. 

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