No contexto contemporâneo, o sistema capitalista permanece como o modelo econômico predominante em escala global. No entanto, suas contradições estruturais tornam-se cada vez mais visíveis, especialmente diante da intensificação das desigualdades sociais, da concentração de renda e da precarização das condições de trabalho. Nesse cenário, a teoria marxista, desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels, continua a oferecer uma base analítica sólida para compreender as dinâmicas de exploração e dominação que caracterizam o modo de produção capitalista, reafirmando sua relevância crítica diante dos desafios atuais.
Marx e
Engels denunciaram que a história da humanidade é, essencialmente, a história
da luta de classes. Essa luta, hoje, se manifesta na oposição entre uma elite
econômica globalizada e uma maioria trabalhadora submetida a condições cada vez
mais precárias. O conceito de mais-valia, central no pensamento marxista,
explica como o capitalismo lucra a partir da exploração do trabalho: o operário
produz mais valor do que recebe em salário, e essa diferença é apropriada pelo
dono dos meios de produção. Isso se reflete nas grandes corporações
tecnológicas, que acumulam bilhões enquanto terceirizam empregos e negam
direitos básicos aos trabalhadores.
Um exemplo
atual que evidencia essas contradições é o governo dos Estados Unidos sob
presidências neoliberais, que priorizaram cortes de impostos para os ricos,
desregulamentação do mercado financeiro e ataques aos direitos trabalhistas.
Enquanto isso, milhões de norte-americanos vivem sem acesso a saúde pública de
qualidade, enfrentam altos custos com educação e são submetidos a jornadas de
trabalho exaustivas. Essa realidade revela, como apontou Friedrich Engels, que
o Estado atua como instrumento da classe dominante, moldando políticas públicas
para proteger os interesses do capital, mesmo que isso implique o
aprofundamento da miséria social.
Além
disso, a ideologia dominante, como afirmou Marx, é a ideologia da classe
dominante. Os meios de comunicação e a cultura popular frequentemente
reproduzem discursos que naturalizam a desigualdade e culpabilizam os pobres
por sua condição. Termos como “empreendedorismo” e “meritocracia” são usados
para mascarar a brutal concentração de renda, apagando o papel da exploração e
das estruturas históricas de dominação. O sistema educacional, ao não promover
uma consciência crítica, também contribui para a manutenção da atual realidade.
Diante
disso, o marxismo atual não se limita a uma análise teórica do capitalismo, mas
propõe uma transformação profunda da sociedade. É necessário repensar as formas
de organização do trabalho, da produção e da distribuição de riquezas, buscando
uma alternativa baseada na igualdade, na solidariedade e na justiça social. A
crítica marxista continua a ecoar como um chamado à resistência frente à
exploração: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”. Essa convocação é tão urgente
hoje quanto no século XIX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário