O positivismo, corrente ideológica
pensada por Auguste Comte entre o final do século 18 e meados do século 19,
organiza uma estrutura parametrizada para a compreensão do mundo como ele
verdadeiramente é, desconsiderando vertentes teológicas e metafísicas e, pressupondo
a construção leis sociais invariáveis, a fim de estabelecer uma moral coletiva
a favor do progresso da humanidade. Assim, desprezando a busca por
entendimentos aprofundados acerca da sociedade e da ciência e,
consequentemente, convergindo para pensamentos superficiais das mesmas.
Nesse
sentido, a lógica positivista busca disseminar a compreensão do papel dos
indivíduos de uma sociedade como partes de uma engrenagem social, na qual cada
homem é responsável pela manutenção e bom funcionamento do conjunto, e não
apenas de parte dele. Desse modo, a “física social”, denominação que traduz a
implementação de uma ciência exata na configuração do corpo social, desestimula
completamente a busca por satisfações individuais, uma vez que pretende que a comunidade
viva e justifique suas atitudes em prol da ordem e do progresso geral.
No
tocante à ideologia positiva, Olavo de Carvalho, em sua obra “O imbecil
coletivo”, busca questionar a luta por direitos específicos por parte do grupo
LGBT, na medida em que apresenta argumentos contrários a essa, por partir da
premissa de que posicionar-se como homossexual trata-se de uma opção, e não de
uma condição congênita ou patológica. Assim, classifica a escolha sexual como
sendo egoísta, visto que a homossexualidade seria fruto de um desejo
individual, diferentemente da heterossexualidade, sem a qual tornar-se-ia impossível
a manutenção da espécie e, portanto, enquadra-a como inferior hierarquicamente,
levando em consideração a condição de reprodução, além de julgá-la como totalmente
dispensável em um consenso de bem comum.
Em
um contexto atual, a criminalização do preconceito contra os homossexuais vai
na contramão de uma ideia positivista de igualdade plena, em vista da
exigência, por parte dos homossexuais, por direitos característicos, enquanto
reclamam, simultaneamente, os direitos daqueles com pensamentos antagônicos. Olavo,
no capítulo “mentiras gays” do livro citado previamente, dialoga que “Na maior parte dos casos, as opiniões
dos anti-homossexuais não são preconceitos, mas conceitos, tão elaborados, tão
lógico e respeitáveis quanto as opiniões dos homossexuais, para dizer o mínimo.
[...] Se existe um direito à expressão do desejo, deve também existir direito à
expressão da repugnância, que é o contrário do desejo” e, sendo assim, torna
injusta a repreensão daquele que opta por desferir, desconsiderando um contexto
de atos criminosos, sua repulsa por quem tem um gosto diferente.
Por
fim, após esse entendimento, considera-se valida a compreensão de os homossexuais
como sendo um grupo de menor importância numa conjuntura humana de perpetuação
da espécie, tendo em vista que dois indivíduos do mesmo sexo são incapazes de
gerar descendentes, férteis ou não. Ademais, em consonância as ideias expressas
por Olavo de Carvalho, é inconcebível que os homossexuais reivindiquem direitos
inerentes ao grupo, considerando que não são, do ponto de vista biológico,
diferentes de quaisquer outros homens, a não ser por seus desejos.
Autor: Lucca Benedetti de Morais RA: 201225158
Observação: O autor desse texto não compactua com as ideias nele
apresentadas, essa dissertação foi redigida a partir de uma proposta de
atividade. O autor desautoriza a utilização desse trabalho para quaisquer
outros fins que não os propostos pelo exercício.
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