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segunda-feira, 27 de julho de 2020

A engrenagem do bem comum


O positivismo, corrente ideológica pensada por Auguste Comte entre o final do século 18 e meados do século 19, organiza uma estrutura parametrizada para a compreensão do mundo como ele verdadeiramente é, desconsiderando vertentes teológicas e metafísicas e, pressupondo a construção leis sociais invariáveis, a fim de estabelecer uma moral coletiva a favor do progresso da humanidade. Assim, desprezando a busca por entendimentos aprofundados acerca da sociedade e da ciência e, consequentemente, convergindo para pensamentos superficiais das mesmas.
            Nesse sentido, a lógica positivista busca disseminar a compreensão do papel dos indivíduos de uma sociedade como partes de uma engrenagem social, na qual cada homem é responsável pela manutenção e bom funcionamento do conjunto, e não apenas de parte dele. Desse modo, a “física social”, denominação que traduz a implementação de uma ciência exata na configuração do corpo social, desestimula completamente a busca por satisfações individuais, uma vez que pretende que a comunidade viva e justifique suas atitudes em prol da ordem e do progresso geral.
            No tocante à ideologia positiva, Olavo de Carvalho, em sua obra “O imbecil coletivo”, busca questionar a luta por direitos específicos por parte do grupo LGBT, na medida em que apresenta argumentos contrários a essa, por partir da premissa de que posicionar-se como homossexual trata-se de uma opção, e não de uma condição congênita ou patológica. Assim, classifica a escolha sexual como sendo egoísta, visto que a homossexualidade seria fruto de um desejo individual, diferentemente da heterossexualidade, sem a qual tornar-se-ia impossível a manutenção da espécie e, portanto, enquadra-a como inferior hierarquicamente, levando em consideração a condição de reprodução, além de julgá-la como totalmente dispensável em um consenso de bem comum.
            Em um contexto atual, a criminalização do preconceito contra os homossexuais vai na contramão de uma ideia positivista de igualdade plena, em vista da exigência, por parte dos homossexuais, por direitos característicos, enquanto reclamam, simultaneamente, os direitos daqueles com pensamentos antagônicos. Olavo, no capítulo “mentiras gays” do livro citado previamente, dialoga que “Na maior parte dos casos, as opiniões dos anti-homossexuais não são preconceitos, mas conceitos, tão elaborados, tão lógico e respeitáveis quanto as opiniões dos homossexuais, para dizer o mínimo. [...] Se existe um direito à expressão do desejo, deve também existir direito à expressão da repugnância, que é o contrário do desejo” e, sendo assim, torna injusta a repreensão daquele que opta por desferir, desconsiderando um contexto de atos criminosos, sua repulsa por quem tem um gosto diferente.
            Por fim, após esse entendimento, considera-se valida a compreensão de os homossexuais como sendo um grupo de menor importância numa conjuntura humana de perpetuação da espécie, tendo em vista que dois indivíduos do mesmo sexo são incapazes de gerar descendentes, férteis ou não. Ademais, em consonância as ideias expressas por Olavo de Carvalho, é inconcebível que os homossexuais reivindiquem direitos inerentes ao grupo, considerando que não são, do ponto de vista biológico, diferentes de quaisquer outros homens, a não ser por seus desejos.

Autor: Lucca Benedetti de Morais         RA: 201225158

Observação: O autor desse texto não compactua com as ideias nele apresentadas, essa dissertação foi redigida a partir de uma proposta de atividade. O autor desautoriza a utilização desse trabalho para quaisquer outros fins que não os propostos pelo exercício.

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