O
positivismo surge diante de um cenário político marcado pelas revoluções
burguesas do século XIV, entre 1830 a 1848. Nesse contexto em que não havia
conhecimento sistematizado na ciência para domínio do mundo social, a corrente
psitivista surge como a física social.
O
sociólogo Augusto Comte defende que os objetivos do positivismo consistem em
identificar a vinculação entre os fenômenos, e não buscar a essência das
coisas. E as pesquisas positivas devem focar na apreciação sistemática daquilo
que é, ignorando sua origem e seu destino final. Assim, o método positivista
preocupa-se em descobrir as leis efetivas de um fenômeno social, definido pelas
suas relações invariáveis de sucessão e similitude.
O positivismo acaba por naturalizar questões
problemáticas da sociedade como as desigualdades sociais pois são tidas como
necessárias para manutenção da ordem e conquitsta do progresso. Em função de
manter a ordem social, o positivismo reforçar cada indivíduo a aceitar seu
lugar social e seu papel definido, contribuindo para um cenário desigual, no
qual parcela da população usufrui de poder e privilégios, enquanto o restante
possui menos direitos, e não há a possibilidade de ascensão social pois deve-se
acatar seu suposto status já definido.
Ainda que tenha sua importância, diante das
problemáticas apresentadas, o positivismo é uma corrente ultrapassada para a
observação de fenômenos sociais. Porém, há autores que ainda utilizam uma
visão positivista na sociedade contemporânea, como Olavo de Carvalho em seu
livro “O Imbecil Coletivo”. Nessa obra, o autor oculta opiniões
extremamente preconceituosas atrás de argumentos positivistas ao dissertar
sobre a homossexualidade.
Em seus textos, Olavo de Carvalho se refere á homossexualidade
como homossexualismo, termo errôneo devido ao sufixo “ísmo” que configura
patologia, e defende a heterossexualidade como o positivo, ou seja o correto
diante do incorreto (homossexualidade). Ademais, o autor concentra a discussão
na funcionabilidade social, sendo a relação heterossexual funcional na
sociedade para a reprodução humana, enquanto a relação homoafetiva é apenas um
desejo, não configurando um imperativo humano. Consequentemente, na visão
olavista, a homossexualidade é egoísta e não contribui para o bem coletivo nem para
a promoção da ordem social.
Diante
disso, fica claro o caráter preconceituoso do autor ao afirmar tais absurdos
sobre a homossexualidade, sendo esta a orientação sexual de um indivíduo que
possui os mesmos direitos do que qualquer outro. E assim como no século XIV, a
visão positivista ainda acaba por perpetuar relações desiguais na sociedade,
resultando em grupos sendo marginalizados e inferiorizados.
Pedro de
Miranda Cozac -1º ano Direito (matutino)
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