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domingo, 15 de março de 2020

A luta pela representação feminina


O marco global e contemporâneo da luta pela igualdade de gênero é o movimento feminista, que impulsionado pelos ideais iluministas da revolução francesa e a euforia industrial do século XVII começou a quebrar antigas construções sociais que sustentavam o patriarcalismo e o estereótipo de submissão da mulher. Porém foi apenas na Primeira Guerra Mundial, situação onde as mulheres tornaram-se necessárias ao trabalho fábril devido a grande quantidade de homens na guerra, que elas alcançaram emancipação social e maiores direitos constitucionais.

Paralelamente, os direitos femininos tardaram a aparecer no Brasil, começando a manifestar-se pela primeira vez na Constituição de 1934, a qual proibia diferenças salariais entre os gêneros e igualava os sexos perante a lei, além de assegurar descanso antes e depois do parto, devido ao auxílio da Previdência Social. Contudo, as mulheres obtiveram direito ao voto apenas em 1937.

Apesar de todas essas conquistas constitucionais, o machismo continua enraizado em nossa sociedade e a mulher contemporânea ainda é vista como inferior dentro da dinâmica socias. Ainda que mulheres ocupem cargos de mesma importância que homens, acabam sendo taxadas de incapazes, chamadas de "loucas" ou "mandonas", quando se comportam como líderes. Um exemplo disso é o fato de quando uma mulher ocupa alguma posição de poder, é comum receber diversos tipos agressões, além de ser objetificada ou sexualizada constantemente. Um outro exemplo é Greta Thunberg, ativista ambiental sueca de dezesseis anos, que foi alvo de inúmeras críticas e até mesmo erotizada por se impor e defender sua 
causa.

Essa situação reflete-se também no mundo jurídico, no qual juristas conservadores e sem perspectiva de gênero acabam seguindo pressupostos machistas para resolver determinados casos, onde costumam culpar vítimas de estupro ou assédio pelo ocorrido. Dessa forma, os próprios detentores da lei perpetuam a desigualdade de gênero e as precárias leis de proteção a mulher, legitimando ainda mais atos machistas. Portanto, é essencial que legisladores percebam sua influência direta na sociedade e evitem a perpetuação da antiga cultura viril, agressiva e patriarcal.

Beatriz Adas Olacyr – 1° ano de Direito - Matutino

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