Assim como a trama de Ponto de Mutação, de Bernt Amadeus Capra, a história da ciência é feita
de encontros, desencontros e debates, e assim ela avança. Os estudos de
Descartes e Bacon geraram grande avanço no mundo e acarretaram na ciência
moderna. Apesar de terem, para a época, grande importância, hoje em dia alguns
de seus conceitos se encontram ultrapassados e a tendência é a de que mais
mudanças aconteçam e consequentemente, mais a ciência mude.
Na obra de Capra também fica
explicito que dividir e especializar demais as áreas de conhecimento é maléfico
para o desenvolvimento da própria ciência, algo que para pensadores de antes
era algo certo a ser feito e não mais faz sentido. Essas mudanças parecem ruins
aos olhos de quem não entende de ciência, mas para quem acompanha e torce pelo
avanço científico, ter uma teoria descontinuada é um sinal de progresso e de
novas descobertas.
Diante dessa situação, seria possível deduzir
que é o papel das ciências superar os sensos comuns da sociedade e da natureza
humana, mas não. A ciência deve também usar os conhecimentos adquiridos a
partir da vivência das pessoas mais simples, uma vez que não é só da academia
que vem o aprendizado, diferentemente de 400 anos atrás (quando as obras de Descartes e Bacon foram escritas),
quando só eram usados os conhecimentos dos poucos que estudavam.
Talvez seja justamente por
causa desse impedimento de imersão entre o conhecimento do dia -a- dia e o
conhecimento empírico que tantas ideias equivocadas surgiram. A ciência moderna
é transformadora e deve usar todo o conhecimento para modificar e melhorar o
mundo, não trazer mais dores e empecilhos, o que de novo fica claro no filme,
quando os personagens conversam sobre bombas e como a letalidade delas afeta o
mundo e o pensamento das pessoas sobre ele.
Ponto de Mutação se propõe a
contar a história do conhecimento científico, mas vai além disso, mostra outros
horizontes e como o passado tanto influenciou o presente e as novas
descobertas. Uma vez que o filme usa o que já foi estabelecido pela ciência e
cria novas hipóteses e respostas para a ciência moderna, pode -se dizer que ele
faz ciência e desenvolve o pensamento crítico naqueles que o assistem.
Assim como obras
cinematográficas, a ciência tem sua história, cheia de “plot twists” e mudanças
repentinas, as vezes encontrando até mesmo alguns “flashbacks” (que nem sempre são
negativos ou traumáticos, mas ensinam lições e trazem mais aprendizado). É legal
pensar, portanto, que no final a ciência vai chegar ao seu objetivo de tornar o
mundo melhor, como um filme cliché de super-herói.
BeatrIz Araújo Gomes
1* ano de Direito Matutino
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