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domingo, 15 de março de 2020

A ciência tem história



Assim como a trama de Ponto de Mutação, de Bernt Amadeus Capra, a história da ciência é feita de encontros, desencontros e debates, e assim ela avança. Os estudos de Descartes e Bacon geraram grande avanço no mundo e acarretaram na ciência moderna. Apesar de terem, para a época, grande importância, hoje em dia alguns de seus conceitos se encontram ultrapassados e a tendência é a de que mais mudanças aconteçam e consequentemente, mais a ciência mude.

Na obra de Capra também fica explicito que dividir e especializar demais as áreas de conhecimento é maléfico para o desenvolvimento da própria ciência, algo que para pensadores de antes era algo certo a ser feito e não mais faz sentido. Essas mudanças parecem ruins aos olhos de quem não entende de ciência, mas para quem acompanha e torce pelo avanço científico, ter uma teoria descontinuada é um sinal de progresso e de novas descobertas.

 Diante dessa situação, seria possível deduzir que é o papel das ciências superar os sensos comuns da sociedade e da natureza humana, mas não. A ciência deve também usar os conhecimentos adquiridos a partir da vivência das pessoas mais simples, uma vez que não é só da academia que vem o aprendizado, diferentemente de 400 anos atrás (quando as  obras de Descartes e Bacon foram escritas), quando só eram usados os conhecimentos dos poucos que estudavam.

Talvez seja justamente por causa desse impedimento de imersão entre o conhecimento do dia -a- dia e o conhecimento empírico que tantas ideias equivocadas surgiram. A ciência moderna é transformadora e deve usar todo o conhecimento para modificar e melhorar o mundo, não trazer mais dores e empecilhos, o que de novo fica claro no filme, quando os personagens conversam sobre bombas e como a letalidade delas afeta o mundo e o pensamento das pessoas sobre ele.

Ponto de Mutação se propõe a contar a história do conhecimento científico, mas vai além disso, mostra outros horizontes e como o passado tanto influenciou o presente e as novas descobertas. Uma vez que o filme usa o que já foi estabelecido pela ciência e cria novas hipóteses e respostas para a ciência moderna, pode -se dizer que ele faz ciência e desenvolve o pensamento crítico naqueles que o assistem.

Assim como obras cinematográficas, a ciência tem sua história, cheia de “plot twists” e mudanças repentinas, as vezes encontrando até mesmo alguns “flashbacks” (que nem sempre são negativos ou traumáticos, mas ensinam lições e trazem mais aprendizado). É legal pensar, portanto, que no final a ciência vai chegar ao seu objetivo de tornar o mundo melhor, como um filme cliché de super-herói.

BeatrIz Araújo Gomes 
1* ano de Direito Matutino 

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