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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Não serei a jurista de um mundo caduco


Não serei a jurista de um mundo caduco.
Também não cantarei a Constituição.
Estou presa ao formalismo mas olho meus companheiros
Entre eles, considere dia-noite uma legitimada opressão.
O presente é tão grande, a Liberdade é tão utópica.
Nos afastemos sim (da lei), vamos de mãos dadas.

Não serei a jurista de Montesquieu, de uma história.
Não  fomentarei o Direito classista, a liberdade "natural"exclusiva.
Não distribuirei burocracia ou a burguesa ideologia.
Não defenderei os bens nem me prenderei só a artigos.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

 Não serei a jurista de um mundo caduco.
Também não deixarei de humanizar o Direito, dutibilizar a Carta.
Estou presa ao que me é justo.
Estão os direitos fundamentais não apenas no material
Entre eles, o 2º, 5º e 13º vão além
O formal é tão grande, o  racional também
Nos afastemos sim (da lei), vamos de mãos dadas.

Não serei a jurista de um patriarcado, de uma história.
Não abandonarei tantas parte-autoras, não engolirei patologias.
Não ignorarei o pluralismo, a diversidade, o art. 1º.
Feitiço contra o feiticeiro;
Código também é arma do alheio.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.


Paródia poema "Mãos Dadas", Carlos Drummond de Andrade. 

Giulia Dalla Dea Vatiero
1º ano, Direito Diruno. 

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