A tempos não sou eu
mesma. Alterada profundamente em meu cerne.
Meus inimigos não mais me reconhecem.
Fui cortada por uma máquina. Separada.
Sequestrada.
Não conseguia ver a luz
do Sol. Me perguntava sobre ele. Me perguntava sobre o Sol.
Fui trancafiada. Fui
despejada.
Rostos pairavam sobre
mim. Rostos enormes.
Sentia o toque do ar quente. Sentia meu medo que crescia e
crescia.
Fui triturada. Fui fragmentada.
Meu eu tão irreconhecível
achou um novo refúgio. Passei a fazer parte de um novo ser.
Fui liquefeita. Fui
dissolvida na vastidão do branco.
Meu eu tão
irreconhecível achou um novo refúgio. Passei a fazer parte de um novo ser.
De quem seria a culpa?
Dos financiadores da
minha transformação ou daqueles que me transformaram?
Fruto da ciência.
Fruto da razão?
Fruto da razão?
A tempos não sou eu
mesma.
A tempos não sou a
soja.
Isabela Ferreira Sastre
1º ano Direito Diurno
Introdução à Sociologia
- Filme: "Ponto de Mutação"
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