Baseado no livro The Turning Point, do físico austríaco Fritjof Capra, o filme Ponto de Mutação discute a necessidade de uma nova visão de mundo por parte da humanidade diante de uma crise. O encontro entre três personagens distintas – um político desmotivado, um poeta em crise e uma cientista frustrada – serve como pontapé inicial para a discussão.
É perceptível uma grande crítica ao método cartesiano. Ao relacionar Descartes com a política contemporânea, a especialista em física diz que o caminho não é mais analisar elementos segregados para entender o todo, mas, sim, o contrário; o mundo deve ser visto como um todo por meio das interconexões do universo, uma vez que, fisicamente, existe a troca de energia constante entre todos os seres.
Partindo a ideia que a humanidade deve parar de lidar apenas com seus problemas individuais, o político discorre sobre o conceito de evolução. Como esclarece a personagem, não ocorre de forma isolada, já que todos os povos fazem parte do mesmo planeta.
Por fim, o poeta propõe uma reflexão aos companheiros. Por meio da poesia, os três passam a refletir sobre o que tem feito ao mundo, ao todo. Eles relacionam o que suas vidas representam quando analisadas sob as visões de mundo apresentadas no debate. Com isso, negam os modelos sistêmicos e sugerem uma mudança na maneira de ver o globo. De fato, toda a ideia do crescimento sustentável e crítica à relatividade de um sistema liberal vigente é muito atual. Para que mudanças sejam feitas, é indispensável que a pessoa humana se identifique como parte de um todo e, consequentemente, interligada a um sistema em que se encontra a humanidade.
Alexsander Alves,
Ingressante do Direito Noturno (XXXII, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais)
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