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domingo, 16 de setembro de 2012

Justiça para quem precisa. Quem precisa de justiça?


O sentimento de impotência sempre vem à tona quando vivenciamos casos de injustiças, principalmente quando prejudicam a nós mesmos. No caso da justiça brasileira, somos compelidos a sermos meros espectadores destas situações.
Casos em que a Justiça falha ou privilegia uns em detrimento de outros faz com que (re)pensemos se uma medida drástica seria mais eficaz para resolver e evitar que atos que infrinjam a lei voltem a acontecer.
Mas será que mecanismos de coerção das sociedades de solidariedade mecânica, como a Lei de Talião, seriam a solução para a coibição de comportamentos desviantes da lei?
Mesmo que a sociedade atual apresente resquícios de solidariedade mecânica, dificilmente o emprego da violência para a coerção de crimes seria a resposta correta. O indivíduo pertencente a uma sociedade que possua este tipo de solidariedade está diretamente ligado a ela, pois há um sentimento de pertencimento ao grupo, o que faz prevalecer a vontade da coletividade. Com isso, os mecanismos de coerção exercidos de maneira imediata, violenta e punitiva não geram precedentes irracionais para a violência, pois a consciência coletiva, oriunda do compartilhamento de valores semelhantes, impede, mais facilmente, que isso aconteça.
No entanto, numa sociedade em que não mais se compartilha os mesmos valores sociais e que a coesão advém apenas da interdependência dos indivíduos, a justiça punitiva só gerará mais precedentes para a violência, pois não há formação de uma consciência coletiva, ou seja, prevalece-se a consciência individual.
Devido às incontáveis falhas da justiça brasileira, é compreensível que se faça justiça com as próprias mãos e que se acredite que ela seja mais eficaz do que a restitutiva. Contudo, na sociedade atual, violência é precedente para violência. É preciso, portanto, corrigir estas falhas para que a justiça brasileira realmente seja justa e, dessa maneira, modificar esta mentalidade tão recorrente.

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