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domingo, 16 de setembro de 2012

Eficácia do Direito restitutivo



Até que ponto o Direito restitutivo é eficaz?
                Ora, não há quem discorde que a aplicação de uma sentença que restitua a pessoa na sociedade é o melhor caminho para a obtenção de um direito mais justo e objetivo, porém essa é apenas a tese.
                Na prática isso dificilmente ocorre. Devido diversos fatores, como se deve notar as premissas: até que ponto a pessoa quer ser restituída? Ou, como essa pessoa atingirá o papel de ‘bom cidadão’ sendo que já traz consigo uma bagagem ideológica baseada na exclusão social? E, até que ponto a sociedade está disposta a aceitar um ex-detento? Essas são dúvidas que poucos conseguem perceber, muito menos responder.
                Nesse sentido é possível fazer alusão ao filme de Gary Gray, ‘Código de Conduta’, no qual o personagem Clay faz justiça com as próprias mãos, afetando assim o equilíbrio do sistema jurídico americano. Dessa forma, fica a questão de como o direito, representado pela ideia de justiça, tem a capacidade de lidar com pessoas como esse personagem e se é ou não possível restituí-los ou não.
                Porém, é importante saber que justiça é diferente de vingança.  Nesse âmbito, a justiça tem sim o papel, pelo menos porquanto teoria, de reabilitar –restituir- o infrator, aquele passível de reabilitação, na sociedade, mas cabe a esta a decisão de efetivar esse anseio jurídico.
                Justiça feita com as próprias mãos aproxima-se do valor de vingança, um valor um tanto quanto selvagem que infelizmente provém da natureza humana, porém cabe a cada um a maturidade de aceitar meios que resolvam o problema de maneira menos brutal e igualmente eficaz, todavia é preciso, no mínimo, confiança no poder da Justiça, que ainda é deficitário, e isso, afirmo, ainda falta – e muito.

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