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domingo, 16 de setembro de 2012

Apenas Justiça

Se analisarmos de maneira simplista a vida dos homens, notamos que dois sentimentos sempre se destacam o amor e o ódio, antônimos que vivem intimamente ligados e que possuem uma força e uma motivação capaz de mudar quase tudo. O problema é que às vezes esses sentimentos tomam conta de nossas ações, nos cegam e nos levam a extremos. Nascemos sobre um contrato social, e depositamos parte dos nossos direitos na mão de uma entidade capaz de nos proteger, o estado. Mas é comum que tragédias nos levem ao sentimento de ódio, e junto com ele a vingança. Cobramos por punições que achamos corretas, muitas vezes sob a dor de algo que nos aconteceu e não entendemos o sistema que foi feito sobre a neutralidade e com o objetivo unicamente de corrigir e não de se vingar.

Justiça não é vingança não é ódio, mas sim a possibilidade de defesa, é o caminho para uma correção e não para um ciclo de desordem. Pergunta-se se alguma justiça é melhor que nenhuma, e essa resposta não existe, porque a justiça é relativa, para a vitima, muitas vezes ela não é boa, porque o seu desejo de vingança é maior do que sua razão, mas para quem a aplica ela pode ser, já que ele não é tomado por nenhum sentimento externo, e enxerga de forma imparcial a situação. Regras são criadas e inseridas em períodos, sob a visão racional, e não tomadas pelos sentimentos de vingança e ódio, e por isso servem para manter o sistema correcional.

Epicuro diz que a justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem. Quando saímos do nosso estado racional, quando somos tomados pelos sentimentos, voltamos ao estado natural, ao estado selvagem onde justiça se confunde com vingança, e ai questionamos se a justiça que nos serve é realmente boa e útil, mas não conseguimos entende-la de forma clara, porque egoístas, queremos que ela faça como nos queremos que ela seja feita. E é nessa hora que uma decisão se torna alguma justiça, e essa alguma justiça não é satisfatória.

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