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domingo, 8 de maio de 2011

O ser social

Émile Durkheim inicia um novo pensamento acerca do social. O social para ele é algo exterior à consciência individual, nasce da união das partes, das mentes, mas não é, de fato, todas as partes juntas, é algo maior. O fato social é dotado de capacidades únicas de aceitação, ou coerção quando a aceitação não é atingida.

Pouco é de fato individual, todos os hábitos, costumes, crenças e práticas consideradas próprias do indivíduo têm como base o arcabouço deixado por gerações passadas e ainda a influência da contemporaneidade. O social é essa linha, rede, construída pelo ambiente e pelas pessoas, capaz de ligá-las de modo a estabelecer padrões.

Nem mesmo o inconsciente escapa do fator social, Carl G. Jung defende idéias como a do inconsciente coletivo e dos arquétipos da psique, que se referem às representações que ficaram cravadas em nossas mentes durante o processo de formação, inclusive biológica, de nossa espécie. “O homem moderno é, na verdade, uma curiosa mistura de características adquiridas ao longo de uma evolução mental milenária.” (Jung, Carl G., O homem e seus símbolos).

Descoberta a existência do fato social, sua abrangência e importância, Durkheim se dedica a apontar a melhor maneira de estudá-lo. Critica os metafísicos (coloca até Comte como “metafísico” em relação ao estudo do social) e retoma Descartes, na intenção de que os fatos sociais sejam vistos como coisas, exteriores, dotados de poder, e não como puramente idéias.

A análise fria dos fatos sociais, idéia muito importante deixada por Durkheim, apesar de ter aplicabilidade duvidável, é útil ao combate de preconceitos em relação a sociedades sujeitas a outros fatos sociais que não os nossos. Teria a relação índios-colonizadores, por exemplo, sido a mesma se naquela época o estudo das sociedades não fosse valorativo como propõe Durkheim?

O conhecimento acerca de tudo que diz respeito às relações entre pessoas, é inclusive fonte de transformação da realidade. Arma poderosa que podemos utilizar tanto para legitimar mortes quanto para garantir liberdades.

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