Considerado um dos pais da sociologia moderna, Émile Durkheim, em sua obra de caráter pós-positivista, " As Regras do Método Sociológico", procura expor o caráter coercitivo da sociedade, em relação as normas sociais impostas a ela.
Utiliza como definição para essa situação global, o fato social, que tem como fundamento a realização de convenções de grupos, que coagem o indivíduo a agir da maneira considerada correta.
Incorpora elementos positivistas ao utilizar do concreto como centro das análises, para ele, a sociologia é uma ciência da realidade, não apenas das ideias e afirma que a sociedade prevalece sobre o indivíduo, que o envolve em suas ações.
Tendo Francis Bacon como referencial, Durkheim analisa o exame científico e sua relação com os substratos passionais, ou seja, a paixão existente dentro do indivíduo gera um envolvimento do observador com o objeto que promove uma interferência nas análises, que acabam sendo levadas pelo caminho favorável a essa paixão. Essa conduta, em sua visão, pode ser solucionada através de prescrições ou métodos de separação entre o observador e o observado. Devemos deixar prevalecer o intelecto (considerado superior) e não os sentidos inferiores, como as emoções.
Afirma que as ideias não podem vir antes dos fatos concretos, que apenas estes fatos que nos levam a formulação das teorias. E estes fatos sociais devem ser analisados como "coisa" e não como ideias, pois são vulgares e não nos encaminham para as conclusões experimentais. Considera Augusto Comte metafísico em seus conceitos, pois não se direcionam exclusivamente para os fatos concretos.
Para concluir, é importante ressaltar o papel do indivíduo em meio a agrupamentos sociais. Este se vê forçado a cumprir o seu papel na sociedade, seguir as regras impostas, por mais simples e comuns sejam, como o simples fato de se tomar banho. O ser que não adere ao que é imposto se vê excluido socialmente e por isso, mesmo sem a sua percepção segue o que está estipulado. Tendo seu modo de pensar e agir totalmente manipulado pelo grupo social, a própria criação das coisas advém da canalização da vontade geral dos demais indivíduos. Somos mero objetos do FATO SOCIAL.
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