Émile Durkheim é considerado por muitos um grande cientista social e pai da sociologia; o “grande” sociólogo das instituições. Para Durkheim, uma sociedade assemelha-se um organismo vivo, um ser biológico e como todo ser biológico, a sociedade precisa de um determinado e certo ordenamento para não colapsar, pensamento conhecido como funcionalismo sociológico. É inegável, ao meu modo de pensar, as contribuições de Durkheim para a conformação da sociologia, instituto este voltado a estudar, entender determinada organização social para que outras ciências ou autoridades públicas possam propor meios de intervenção social que resultem em melhorias na sociedade. É para isso que nasceu a sociologia. Umas das grandes preocupações desse sociólogo era de como a sociedade iria continuar inabalável diante das mudanças sociais, para ele, deve-se evitar a anomia (Ausência de normas, regras), ou seja, alguma mudança repentina na sociedade, pois levaria ao caos social. É importante acrescentar que Durkheim também aperfeiçoou o pensamento positivista de Auguste Comte. Dito isto, permita-me acrescentar, no parágrafo seguinte, uma conjunção adversativa, pois é necessária uma “anomia estrutural dissertativa”.
Entretanto, os pensamentos de Durkheim, em certo ponto, configuram-se uma patologia em nosso atual organismo social, segundo sua própria perspectiva sociológica. Digo isso porque muito dos pensamentos de Durkheim visava, em suma, manter uma sociedade “estável” diante das mudanças que toda sociedade sofre à medida que o tempo passa e uma das formas pensadas por ele, para manter o órgão em perfeito funcionamento, foi que, o indivíduo que transgredisse as normas seria punido, recuperado e reintegrado ao ordenamento social novamente. O “modelo” de sociedade que excluí pobres, pretos, indígenas, comunidade LGBTQIA+ e mulheres, enfim, as minorias, deve ser questionado constantemente para que a institucionalização da exclusão e opressão sutil seja rompida, se necessário, “que venha à anomia.”
Vivemos em uma sociedade onde impera o regime ditatorial capitalista, que se esforça em nos ditar o que devemos comprar, vestir, ler, comer e manter uma vida, tipo “Sessão da Tarde”. Somos influenciados a levarmos um modo de vida norte americano, ou seja, um modelo de viver pautada pelo consumismo, a padronização social e a crença nos valores democráticos sociais. Outrossim, pensar em um “organismo” em que um operário tem seu lugar definido no corpo orgânico e uma eventual mudança dessa condição configuraria uma patologia (exemplo simplista, Durkheim) desse órgão, é uma piada de mal gosto de um pensamento fortemente influenciada pela burguesia. Logo, vemos que romper com um modo de vida ditado pelo pensamento americano de padronização da sociedade seria uma anomia para Durkheim, já eu penso que este modo de pensar é uma “patologia social”.
Portanto, claro que podemos considerar Émile Durkheim um pensador que contribuiu para o amadurecimento da nossa sociedade, já que pensar em aplicar o mesmo método de pesquisa científica para estudar a sociedade, ajuda a compreende-la melhor e, com base nos resultados, corrigi-la se necessário. Porém, muitas dessas “contribuições, não todas, foram deletérias para a humanidade uma vez que foram deturpadas e salpicadas pelo pensamento ditatorial burguês e usadas inescrupulosamente por um sistema que oprime as minorias. A sociedade continua em constante transformação, pois somos naturalmente diferentes e às diferenças são justamente o que nos torna humanos e respeitá-las, mais ainda. Se a ‘tal” anomia for necessário para quebrarmos regras opressoras e supremacistas, estão precisamos da “tal anomia”.
*Necessidade de causarmos o “caos” para quebrar regras sociais que oprime, excluí e condiciona nossa sociedade negativamente. Quebrei as regras.
EDSON DOS SANTOS NOBRE
1º SEMESTRE DIREITO/NOTURNO
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