Os fenômenos políticos que hoje se expressam podem muito bem ser compreendidos na ótica marxista. Toda a crise política que o Brasil sofre, quando analisada a partir do materialismo histórico se revela como a intensificação da luta de classes após um período de intensa conciliação de classes no país, onde a burguesia, exausta das mínimas conquistas da classe trabalhadora, se manifesta com um conjunto de ações reacionárias, apoiadas pela pequena-burguesia que, desesperada com a crise econômica, busca obter o maior número de regalias e direitos para que se mantenham em sua posição social. A retirada dos direitos básicos dos trabalhadores facilita a exploração e o mantimento do capital dos grandes e médios proprietários.
A perspectiva dialética do movimento histórico apresentada por Marx, não é, como muitos alegam, um grande conjunto de opiniões e senso comum aplicado a uma lógica simplista, longe disso, é na verdade uma análise extremamente objetiva e material feita a partir de um processo lógico complexo negando qualquer tipo de idealismo. Marx não criou uma receita para uma nova sociedade, ele demonstrou, na realidade, as contradições do sistema capitalista e as consequências da tomada do poder pelo proletariado. O exemplo definitivo disso, é que nos trabalhos de Marx, a concepção de funcionamento do comunismo no pós-socialismo, só surge de fato após a observação que Marx faz da Comuna de Paris, onde, após a tomada do poder pelos trabalhadores, as funções do Estado definharam vagarosamente, junto com a burguesia. Lênin, após os escritos de Marx, nos diz que a existência do Estado é dependente da existência da luta de classes e que o Estado é na realidade, um instrumento apaziguador pertencente e dirigido pela classe dominante, com o intuito de reprimir e gerar uma ordem social.
As refutações a teoria econômica de Marx também falham em negar a exploração que o filósofo aponta no sistema capitalista. Já houverem diversas tentativas de refutações à Mais-Valia e a Teoria do Valor-Trabalho (TVT) principalmente partindo das escolas de pensamento liberal como a Escola Austríaca e de Chicago, que se mostram fundadas em irracionalismo, retórica e falsas lógicas.
Tem-se então a importância de Marx na atualidade, não há nada de anacrônico ou ultrapassado em sua teoria, muito pelo contrário, a teoria Marxista não passou por revisionismos e os que tentaram seguir por essa linha de "revisão" do marxismo caíram em contradições e quebras no método materialista histórico. Marx é atual e essencial para o compreendimento de nossa sociedade e não deve ser descartado com base em simplismos e argumentos infundados. Tido como um dos filósofos mais influentes no mundo atualmente, descartar Marx ainda que não se siga sua ideologia é ignorar um trecho essencial da sociologia e da filosofia.
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