As eleições de 2018 serão realizadas no dia 7 de outubro. Dentre os cargos que participarão do processo eleitoral está o de Presidente da República, que já conta com cerca de 18 pré-candidatos interessados na disputa. É nesse momento primordial para o Brasil que faz-se necessário o entendimento da importância de um voto consciente, uma vez que ele determinará a diretriz política que será seguida pelos próximos 4 anos. Porém, para tanto, é preciso compreender a representatividade histórica que o poder eletivo carrega.
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), ambos teóricos revolucionários, foram responsáveis pela estruturação do socialismo científico, fundamento que defendia a busca por um conhecimento racionalizado e de aplicação socialista prática, promovendo a superação de uma filosofia pautada na especulação e na fraseologia. Coube também a esses dois pensadores o desenvolvimento de análises e críticas ao sistema capitalista, que já vigorava no período da Revolução Industrial em que ambos se inseriam. Segundo eles, a sociedade regida pelo capital é sustentada por uma mutabilidade constante do mercado, cujos alicerces são alimentados por mecanismos de exploração da classe trabalhadora e que contribuem para a manutenção das desigualdades sociais e do individualismo.
Ademais, visando uma percepção mais abrangente da lógica das relações humanas, que permitisse a conscientização dos indivíduos sobre o seu papel no sistema e estimulasse lutas no âmbito social, Marx e Engels estabeleceram uma dialética. Tomando a história como base, observou-se que a construção da mesma se dá a partir de uma permanente "luta de classes", em que ocorrem embates entre as distintas formas de produzir a realidade, obtendo como resultado a mediação entre essas perspectivas.
É a partir de uma aplicação ampla desse pensamento, que se pode entender a carga histórica que diz respeito ao voto. Por meio da fundação, em 1903, da União Social e Política das Mulheres, na Grã-Bretanha, em prol da luta pelo sufrágio feminino; ou pela reunião, em 1983, da população brasileira pelo movimento "Diretas Já!", fica claro um extravasamento do que defende a dialética marxista. Por meio de batalhas políticas, econômicas e sociais, foi possível fazer um novo ordenamento jurídico, ainda não perfeitamente inclusivo, mas apto a aceitar antíteses.
Logo, conclui-se que o pensamento de Marx ainda é possível hoje, especialmente, no que diz respeito à visão de como uma sociedade ou ideia se solidificam no Direito a partir do desgaste de uma sistemática anterior. Quanto à sua perspectiva em relação ao capitalismo, que buscava a rompimento com essa ordem através do socialismo, por vezes mostra-se distante de se alcançar, justamente pelo fato de a economia do capital se renovar constantemente e permitir algumas concessões a reinvindicações sociais - algo que parecia improvável no momento histórico do pensamento marxista. Porém, este sempre será importante como elemento instigador da procura pelo bem comum e da superação de mazelas que arrasam a humanidade.
Maria Eduarda Martins. Turma XXXV. Direito. Matutino.
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