Poucos sociólogos geraram tanta
discussão e polarização como Karl Marx. Encontramos tanto defensores
apaixonados do comunismo como seus críticos ferrenhos. Sem considerar posições
políticas, não se pode negar que Marx construiu bons conceitos na sociologia,
como a mais-valia e o fetiche da mercadoria, e que seu estudo continua mais que
válido, essencial.
Sua teoria consiste em pensar
em uma saída para o capitalismo, que para ele era extremamente desigual e
opressor. O interessante é que em seu chamado para todos os trabalhadores do
mundo, ele glorifica a capacidade da burguesia em se transformar de uma classe
subalterna e marginalizada da idade média para a grande controladora do mundo,
detentora dos agora essenciais meios de produção, que por si só não produzem
riqueza: eles necessitam do proletariado. Logo, era impensável para Marx que a
classe essencial e em maior número se mantivesse subordinada aos burgueses,
como na famosa frase: "se a classe trabalhadora tudo produz, a ela tudo
pertence".
Baseado nisso, Marx defende
que o proletariado deva fazer sua revolução assim como os burgueses realizaram
a deles. A exaltação de Marx era justamente essa: a revolução, que seria
produto da eterna luta de classes que sempre aconteceu ao longo da história humana.
Dessa vez, burguesia e proletariado se enfrentariam. No entanto, para evitar o
anacronismo, é válido realizar o exercício de se colocar no lugar de Marx, em sua
época, onde os operários estavam subordinados a exaustivas jornadas de
trabalho, com salários baixíssimos e escassos direitos.
Desde
então, houveram avanços que Marx jamais pensara que haveriam sem a revolução. E
talvez esse seja um caminho. Eles não aconteceram por acaso: Os direitos foram
conquistados através de duras lutas em sucessivas dialéticas. Os avanços não
podem parar, contudo nem todos eles guiam à ditadura do proletariado, e é por
isso que Marx deve continuar a ser estudado e seu pensamento ainda é válido. É
óbvio que deve-se ter o cuidado de adaptar sua teoria do século XIX aos dias
atuais, como qualquer outro pensamento de séculos passados, mas nada além
disso: foi e continua sendo um dos grandes nomes da sociologia.
Diego Sentanin Lino dos Santos - Direito matutino - Turma XXXV
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