Na Renascença, se iniciou a construção do conhecimento cientifico que levou ao desenvolvimento de inúmeras descobertas. Muitas dessas invenções se tornaram possíveis graças a ruptura de fronteiras proporcionada pelo surgimento de um novo método cientifico.
Francis Bacon foi um dos primeiros a formular o principio da indução cientifica, influenciando os cientistas de gerações posteriores. Na primeira parte de sua obra mais famosa, Novum Organum, Bacon sustenta que é necessário se livrar dos erros comuns e das noções falsas, que atrapalhariam a descoberta do saber cientifico. Ao alegar "Conhecimento é poder ", o filósofo enfatiza que o conhecimento tem uma utilidade prática e não apenas contemplativa. A segunda parte contém regras como: observar, mensurar e realizar experimentos para interpretar a natureza e as indica como único caminho para conhecer a verdade de forma clara e manifesta.
Apesar das contribuições do método cientifico proposto por Bacon, a historia da produção intelectual e cientifica comprova (ironicamente) pelo método empírico, que a imaginação e a criatividade são em várias ocasiões os principais instrumentos para a origem do conhecimento científico. Não raras vezes, a literatura e as produções audiovisuais anteciparam ou até mesmo traçaram os novos caminhos a serem percorridos pela ciência.
Hugo Gernsback escreveu o livro "Ralph 124C 41+" em 1911, que é considerada a primeira descrição completa e com diagramas de uma invenção que só seria realizada em 1934: o radar. Em 1914, H.G. Wells previu a criação da uma arma nuclear em seu livro "The World Set Free". Após a leitura do livro de Wells, Leo Szilard patenteou em 1934 a bomba atômica. Em 1898, Mark Twain em seu livro "London Times" inventou o "telelectroscope" que usava um sistema de telefones em uma rede mundial para compartilhar informação e conteúdo, muito parecido com o funcionamento da internet e smartphones. A existência das partículas Bósson de Higgs, partículas as quais são creditadas a origem do universo, só foi comprovada empiricamente, mais de 40 anos após a criação da teoria de Peter Higgs. Albert Eistein, mesmo utilizando-se da matemática e de outros instrumentos do método de Bacon, afirmou usar a criatividade, a imaginação e as conjecturas mentais para apresentar o principio da relatividade, da equivalência e da invariância adiabática do número quântico, que só foram comprovados empiricamente anos depois.
A importância de Bacon é inegável para a Filosofia e para as descobertas cientificas das gerações posteriores à publicação do "Novum Organum", no entanto, sua afirmação quanto aos dois caminhos existentes: um destinado ao cultivo das ciências e outro à descoberta cientifica, se mostrou equivocada. A origem da descoberta cientifica não é obrigatoriamente através da experiência e da observação e não existe apenas dois caminhos quando se fala em conhecimento, os caminhos são tão diversos, quanto as mentes das pessoas que os percorrem.
Augusto César de Oliveira, Direito 1º ano - Direito.
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