Em sua obra denominada “Novo Organum”, o filósofo inglês
Francis Bacon nos instiga a buscar a verdade com base na nossa experiência,
alertando-nos sobre o risco das influências em face ao juízo da mente humana.
Para tanto, precisamos livrar-nos de vícios, hábitos e conclusões já enraizadas
graças aos ídolos, sejam eles quais forem: da tribo, da caverna, do foro ou do
teatro.
A experiência da vida anuncia o quão sombrio e real o mundo
pode ser, provando que nem tudo é um mar de rosas. Assim aprendem as crianças,
quando tomam conhecimento das verdades por trás de histórias como a fada dos
dentes, o papai Noel ou o príncipe encantado - que dificilmente passa da fase
de sapo. As coisas são mais complexas do que aparentam ser, e habituar-se a
elas é fundamental para fazer uso de seu próprio juízo, tornando-se
autônomo em suas conclusões, sem interferência de terceiros.
Um dos aforismos que mais me chamou a atenção sobre o
método foi o VI, no qual é considerado insensatez estimar que algo seja
possível se a pessoa continua a utilizar-se de métodos já conhecidos, salvo
quando ela tenta procedimentos inéditos até então. Uma analogia com fatos
hodiernos é a "novidade" para o brasileiro quando descobriu-se que os
empresários também podem ser corruptos, não somente os políticos. Essa
desmistificação veio à tona com as investigações da Operação Lava Jato.
Em suma, o pensamento empírico de Bacon transmite a
mensagem de que o intelecto humano não é somente luz, pois sofre influência das
vontades e dos afetos, donde se pode gerar a ciência que se quer, pois
inclinamo-nos a ter por verdade o que preferimos ter.
Letícia Felix Rafael, 1º ano - Direito (noturno)
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