Estamos em um período de grandes ídolos. Por todos os lados
eles despontam. Tornamo-nos cada mais fanáticos e estes nos fazem crer em
coisas, nos fazem pensar sem direção (ou na direção que lhes aprouver), nos
fazem sentir e possuir certezas. Estamos cada vez mais certos de nossos ídolos.
O senso de todos. O senso raso. Da boca pro vaso. Não se
experimenta. Não se avalia. “Eu ouvi dizer e só ouvi, não procurei, não me
aprofundei, me afundei.” E vai passando de boca em boca por aí, vai crescendo,
vai crescendo, e assim – num rompante – eis uma nova verdade, conceito, saber.
Apegamo-nos no passado, no passado que nos interessa.
Selecionamos uma parte, juntamos com outra, colamos as pontas sem liga, sem
sentido, e construímos uma obra tenaz e a partilhamos pro mundo. As redes e o
seu método sem compromisso.
Um vão entre a cruz e a espada, o nada. É vago.
Em nosso quintal há cultivo. Cultivamos batatas, hambúrguer
e ciência. Cultivamos o científico. Debaixo de um pé de mangueira, com um já
deteriorado cigarro de palha, as pernas pro alto, comtemplamos a nossa
plantação de ciência.
Mandaram-nos descobrir métodos, eu os cobri, virei de lado e
dormi.
Alguns de nós solicitamos o saber e nossos ídolos nos
bloquearam. Os ídolos e seus poderes. A massas que se integram e se põem em
manobra. O ídolo aparece e diz: Direita! – e vamos pra direita.
A gente importou um café da manhã muito americanizado, mas
estamos comendo muitos ovos sem Bacon.
José Eduardo Adami de Jesus - 1º Direito (noturno)
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