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domingo, 20 de março de 2016

Idolatria


  Estamos em um período de grandes ídolos. Por todos os lados eles despontam. Tornamo-nos cada mais fanáticos e estes nos fazem crer em coisas, nos fazem pensar sem direção (ou na direção que lhes aprouver), nos fazem sentir e possuir certezas. Estamos cada vez mais certos de nossos ídolos.

  O senso de todos. O senso raso. Da boca pro vaso. Não se experimenta. Não se avalia. “Eu ouvi dizer e só ouvi, não procurei, não me aprofundei, me afundei.” E vai passando de boca em boca por aí, vai crescendo, vai crescendo, e assim – num rompante – eis uma nova verdade, conceito, saber.

  Apegamo-nos no passado, no passado que nos interessa. Selecionamos uma parte, juntamos com outra, colamos as pontas sem liga, sem sentido, e construímos uma obra tenaz e a partilhamos pro mundo. As redes e o seu método sem compromisso.

   Um vão entre a cruz e a espada, o nada. É vago.

  Em nosso quintal há cultivo. Cultivamos batatas, hambúrguer e ciência. Cultivamos o científico. Debaixo de um pé de mangueira, com um já deteriorado cigarro de palha, as pernas pro alto, comtemplamos a nossa plantação de ciência.

  Mandaram-nos descobrir métodos, eu os cobri, virei de lado e dormi.  

  Alguns de nós solicitamos o saber e nossos ídolos nos bloquearam. Os ídolos e seus poderes. A massas que se integram e se põem em manobra. O ídolo aparece e diz: Direita! – e vamos pra direita.


  A gente importou um café da manhã muito americanizado, mas estamos comendo muitos ovos sem Bacon. 


José Eduardo Adami de Jesus - 1º Direito (noturno)

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