Bacon, considerado o pai do empirismo moderno, viveu de 1561
a 1626, na Inglaterra. Em sua obra mais eloquente, o “Novo Organum”, ele expõe
sua reflexão filosófica na busca por um método de conhecimento da natureza que
venha a ser usado cientificamente. O nosso filósofo, além de ser um amante da ciência,
era também um severo crítico da “falta de praticidade” dos filósofos anteriores
a ele, em suma, criticava a abundância de palavras e contemplação e a falta de
objetividade e proficuidade em resolver os problemas dos homens.
Peguemos o Eva viu a uva por exemplo. Um simples “Eva viu a
uva”, pode dizer algumas coisas a respeito do empirismo. Se Eva viu a uva, mas
não a experimentou, não a tocou, não a estudou e sequer pensou na função da
uva, Eva foi uma contempladora fugaz. Assim, ao trazer Bacon para a nossa realidade
podemos perceber que seus escritos faz-se presente em todo o mundo acadêmico e são
os alicerces para a ciência moderna, como a busca pelo conhecimento, a “dominação”
da natureza, a criticidade e desmistificação da realidade, “O homem pode tanto
quanto sabe” afirmou ele. A partir do método apresentado por Bacon, a educação
como forma de ciência ganhou suas formas e representava, daquele momento em
diante, um meio para o homem atingir conhecimentos antes distantes ou
desconstruir paradigmas considerados irrefutáveis.
A experimentação é a forma de conhecimento mais
enriquecedora, além de provocar a tentativa, a não desistência leva ao
aperfeiçoamento do que se procura. Talvez seja por isso que a primeira porta de
entrada dos bebes para o “mundo das coisas” seja pelo tato, pela degustação e
pelas tentativas. As invenções que temos no mundo moderno são fruto de exaustivas
tentativas, contudo, algumas de séculos anteriores foram descobertas ao acaso,
como a pólvora, o micro-ondas e a insulina, ou seja, tentar e errar pode trazer
algo surpreendente, ao passo que apenas contemplar e analisar não traria
resultado algum, como fora explicado por Bacon.
Eva viu a uva, mas e daí?
Victor Hugo Xavier, 1° ano Direito - Noturno.
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