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domingo, 21 de junho de 2015

Um por todos e todos por um

Determinados fatos sociais conseguem se solidificar e se adaptar mais rapidamente em algumas sociedades do que outras, nesse sentido, pode – se destacar a influência da opinião pública nas leis ou regras jurídicas que passam a conferir um caráter, às vezes, autoritário, ou às vezes, maleável. Por isso, a característica fundamental do fato social é a sua exterioridade da consciência particular e, dessa maneira, ela não interfere na sua vontade de existência.

A sociedade para Durkheim não é somente o conjunto das partes que a compõem, ela também encontra motivos para existir fora das consciências autônomas.

Segundo o filósofo, as evidências que mostram que os fatos sociais apresentam seu caráter exterior aos homens reside na maneira de pensar e agir da sociedade nas quais precisam ser internalizadas pelos seres humanos, isto é, devem ser ensinados as crianças e aos jovens essa etiqueta social e a educação se fundamenta como alicerce da vida social. Um dos exemplo disso é a Revolução Industrial que impactou severamente na vida social europeia do século XIX: ela provocou o êxodo rural, desenvolveu a economia capitalista que gerou um nova disposição classista na sociedade. Esse fato histórico impactou profundamente na sociologia Durkheiniana. A sua ´´Divisão social do trabalho´´ não se preocupa apenas com as especializações das funções econômicas ordinárias da produção industrial capitalista, mas também com o aparecimento de instituições focalizadas, por exemplo: o judiciário, o sistema educacional, o sistema penal, etc.

O pensador francês considera a divisão do trabalho como modelo de moral a ser seguido, pois exerce um poder sobre os indivíduos. Quanto mais aprofundada a divisão social do trabalho for, maior será a conexão e dependência desses indivíduos nas sociedades contemporâneas.

Na obra de Durkheim prevalece a concepção de que o coletivo predomina sobre o individual. O indivíduo para ele seria o ´´produto do meio´´, sendo influenciado no seus anos de vida e durante a sua socialização conectando padrões considerados ´´aceitáveis´´ pelo agrupamento social pertencente.

Durkheim concebe, portanto, o conceito de coincidência coletiva. Todo indivíduo possui a sua consciência particular, ele é demasiadamente determinado e influenciado pelos padrões comportamentais dos agrupamentos sociais, no quais se aderem a consciência coletiva. Nesse sentido, as consciências particulares se reduziriam, em último momento, a consciência coletiva.

Dependendo da sociedade em que o individuo pertence, a consciência pode exercer maior ou menor influência. A coesão social varia, também, de acordo com a consciência coletiva. Em países mais desenvolvidos, onde a divisão do trabalho é mais acentuada, a consciência comum se reduz, possibilitando a abertura para o aprimoramento das personalidades individuais. Embora ocorra essa maior individualização, a coesão não se abala, por a dependência dos indivíduos passa a ser calcada na diferenciação entre os homens. Dessa maneira, as sociedades industriais necessitam de reorganizar sua ordem moral, para que coesão social funcione em um panorama de diferenciação individual, o oposto em que ocorria nas sociedades pré-industriais em que se evidenciava um menor diferenciação dos indivíduos.


  

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