Determinados
fatos sociais conseguem se solidificar e se adaptar mais rapidamente em algumas
sociedades do que outras, nesse sentido, pode – se destacar a influência da
opinião pública nas leis ou regras jurídicas que passam a conferir um caráter,
às vezes, autoritário, ou às vezes, maleável. Por isso, a característica
fundamental do fato social é a sua exterioridade da consciência particular e,
dessa maneira, ela não interfere na sua vontade de existência.
A
sociedade para Durkheim não é somente o conjunto das partes que a compõem, ela
também encontra motivos para existir fora das consciências autônomas.
Segundo
o filósofo, as evidências que mostram que os fatos sociais apresentam seu
caráter exterior aos homens reside na maneira de pensar e agir da sociedade nas
quais precisam ser internalizadas pelos seres humanos, isto é, devem ser
ensinados as crianças e aos jovens essa etiqueta social e a educação se
fundamenta como alicerce da vida social. Um dos exemplo disso é a Revolução
Industrial que impactou severamente na vida social europeia do século XIX: ela
provocou o êxodo rural, desenvolveu a economia capitalista que gerou um nova
disposição classista na sociedade. Esse fato histórico impactou profundamente
na sociologia Durkheiniana. A sua ´´Divisão social do trabalho´´ não se
preocupa apenas com as especializações das funções econômicas ordinárias da
produção industrial capitalista, mas também com o aparecimento de instituições
focalizadas, por exemplo: o judiciário, o sistema educacional, o sistema penal,
etc.
O
pensador francês considera a divisão do trabalho como modelo de moral a ser
seguido, pois exerce um poder sobre os indivíduos. Quanto mais aprofundada a
divisão social do trabalho for, maior será a conexão e dependência desses
indivíduos nas sociedades contemporâneas.
Na
obra de Durkheim prevalece a concepção de que o coletivo predomina sobre o
individual. O indivíduo para ele seria o ´´produto do meio´´, sendo
influenciado no seus anos de vida e durante a sua socialização conectando
padrões considerados ´´aceitáveis´´ pelo agrupamento social pertencente.
Durkheim
concebe, portanto, o conceito de coincidência coletiva. Todo indivíduo possui a
sua consciência particular, ele é demasiadamente determinado e influenciado
pelos padrões comportamentais dos agrupamentos sociais, no quais se aderem a
consciência coletiva. Nesse sentido, as consciências particulares se
reduziriam, em último momento, a consciência coletiva.
Dependendo
da sociedade em que o individuo pertence, a consciência pode exercer maior ou
menor influência. A coesão social varia, também, de acordo com a consciência
coletiva. Em países mais desenvolvidos, onde a divisão do trabalho é mais
acentuada, a consciência comum se reduz, possibilitando a abertura para o
aprimoramento das personalidades individuais. Embora ocorra essa maior
individualização, a coesão não se abala, por a dependência dos indivíduos passa
a ser calcada na diferenciação entre os homens. Dessa maneira, as sociedades
industriais necessitam de reorganizar sua ordem moral, para que coesão social
funcione em um panorama de diferenciação individual, o oposto em que ocorria
nas sociedades pré-industriais em que se evidenciava um menor diferenciação dos
indivíduos.
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