"As flores do campo e as paisagens, advertiu, têm um
grave defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de
nenhuma fábrica. Decidiu-se que era preciso aboli-lo, pelo menos nas classes
baixas; abolir o amor à natureza, mas não a tendência a consumir transporte. ”
- Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley
Émile Durkheim afirma em sua
obra que a sociedade não se organiza de modo a garantir a felicidade dos indivíduos,
mas sim, para manter a si própria em equilíbrio.
Partindo dessa premissa, o pensamento
do referido autor converge com a abordagem crítica associada com a definição do
que é direito. Marx e Engels
defendiam que o direito moderno nada mais é, do que um instrumento de dominação,
aplicado de forma a garantir a preservação dos privilégios daqueles que detém o
poder econômico social.
De fato, não somente o direito,
mas muitas outras instituições são hodiernamente usadas visando a manutenção
desse status quo. Um exemplo disso,
se encontra na política brasileira. Durante o processo de redemocratização do
país, surge o pemedebismo, um instrumento de blindagem que utiliza, dentre
outras táticas, a alienação midiática. Esta, cria no imaginário popular que
construção de um país mais justo e igual para todos é prioridade e está em
curso, quando não há, verdadeiramente, interesse político em prol desse tópico.
Outro exemplo, são as propagandas que
incentivam o consumo como fonte de felicidade e, também, como forma de pertencimento
a um determinado grupo social. Assim, está modernamente incutido na consciência
coletiva a necessidade se vestir conforme os ditames da moda, trocar de celular
a cada ano para não se apresentar publicamente com um que já esteja obsoleto,
etc. “Sessenta e duas mil repetições fazem uma verdade[...] Cremos nas coisas
porque somos condicionados a crer nelas.” (Admirável
Mundo Novo - Aldous Huxley)
Tudo
isso, gira a engrenagem social-mercantil que, em última instância, mantém “equilibrada”
a sociedade.
Juliana Previato- 1º ano direito noturno.
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