Em
janeiro de 2012, ocorreu em São José dos Campos a desocupação do Pinheirinho. A
mesma consistiu em uma reintegração de posse de uma área considerada irregular
que possuía, provavelmente, entre 6 a 9 mil moradores desde 2004. Os habitantes
de lá já estavam familiarizados com aquele local e construíram ali a sua vida,
o Pinheirinho possuía áreas de lazer, igrejas e uma praça. No entanto, por uma
decisão do judiciário foi permitido à reintegração de posse em favor de uma
empresa de Seletas falida. No decorrer da ação, a polícia utilizou toda a sua
força e denegriu, segundo denúncias, a dignidade daquele povo. Muitos relataram
abusos sexuais, espancamentos e houve até morte decorrente do excesso por parte
da Polícia Militar.
Dessa
forma, analisando este fato, segundo Weber, percebe-se que faltou por parte do
judiciário levar em conta a individualidade e as conexões de sentido de
comportamento desses indivíduos. Percebe-se que a juíza ao permitir a desocupação,
partiu da premissa de aplicar o direito pura e simplesmente ( CF/88:“garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito [...] à propriedade.”). No entanto, faltou por parte do judiciário levar
em conta os motivos daquela população estar residindo naquela área irregular. Deixaram de lado as conexões de sentido que levaram aquelas pessoas a irem contra a lei
e construírem naquele local uma vida.
Por fim, a sociologia compreensiva de Max
Weber nos permite ter novas perspectivas acerca do Direito. É de extrema importância analisar todos os fatos de
uma maneira individual, levando-se em conta os motivos e as conexões de sentido
que fez com que a pessoa tivesse tal atitude, com o máximo de neutralidade
possível, e só assim, alcançaremos uma sociedade mais justa e coerente.
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