Um mundo individualista e egocêntrico é carente de entender
o que defendia Émile Durkheim. O filósofo afirmava em sua teoria de solidariedade
a existência de duas vertentes, as quais são: solidariedade mecânica e
solidariedade orgânica.
A solidariedade mecânica é aquela encontrada nas sociedades
ditas primitivas, na qual as noções de valores eram as mesmas entre todos os
indivíduos da tribo, pois devido a inexistência da divisão do trabalho havia
uma facilidade de se empregar a coerção social e assim aplicar a consciência
coletiva. Pode dizer que era uma sociedade mais “comunitária,” pois os seres
humanos compartilhavam das mesmas crenças, em relação a que se vive a partir do
desenvolvimento industrial. Pois as sociedades industriais criaram uma
consciência individual maior no homem devido ao fato da divisão do trabalho e
da percepção de existência de pessoas diferentes com valores diversos. Nessa
sociedade considerada moderna diz-se ter a solidariedade orgânica.
Vive-se em um mundo no qual a consciência individual se
sobressai à coletiva, isto é o oposto do defendido por Durkheim. Até que ponto
isto é viável e saudável? Ou melhor, por que se considera que viver assim é o
melhor jeito? As disputas por poder, por dinheiro, por fama e etc levaram o
homem a um estado animalesco, não que disputas sejam ruins, pelo contrário elas
são importantes. Mas a forma como o homem passou a encará-las que tornou
negativa, pois o desejo pela vitória faz com que ele pense apenas no seu
próprio benefício e ignora os problemas que o cerca. Já dizia Durkheim que a
consciência da sociedade, a coletiva, não é a soma das consciências
individuais, pois esta soma seria de interesses pessoais e a é necessário uma
consciência que defenda um melhor pra o conjunto social.
Não é possível viver em uma bolha, o homem é dependente do outro para que possa levar sua vida por isso quando se passa a olhar para o lado, para trás e para frente, parando de estar focalizado apenas no próprio umbigo é capaz de enxergar outros homens que juntos podem fazer mais pela sociedade do que esse individualismo frio que contaminou o globo e tornou o ser humano um ser indiferente.
Camila Gabriele Pereira de Faria
1º ano direito noturno
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