Estudando Émile Durkheim é possível verificar em sua sociologia, material pertinente aos mais atuais debates da sociedade brasileira. Um bom exemplo é a relação entre pontos contidos em “As Regras do Método Sociológico” com a redução da maioridade penal.
Para
Durkheim, as instituições e/ou práticas sociais surgem de necessidades efetivas
e servem para manutenção da ordem do organismo social e também que a punição
aplicada a um crime não serve propriamente para retrata-lo, mas sim como
resposta à consciência coletiva. Ao transportar tais preceitos à questão da
maioridade penal, por exemplo, percebemos que o apoio de mais de 80% da população
para a redução da maioridade penal talvez seja decorrente de uma resposta fraca
aos anseios sociais e que, por isso, a questão da maioridade não seja “o”
problema em sim, mas sim a questão da impunidade. Percebemos também que, se a
função de uma instituição social reside na necessidade real e em si mesma, o
sistema carcerário não cumpre seu papel, e com isso há desordem social, vontade
de revanchismo etc.
Com isso
é possível concluir – acertadamente ou não - que, se a discussão é violência,
focar em redução da maioridade penal não é a solução, pois essa reside nas instituições
sociais, como os sistemas penal e penitenciário, cujo funcionamento
adequadamente promoveria a ordem do organismo social.
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