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segunda-feira, 25 de abril de 2022

POSITIVISMO E DOMINAÇÃO: ORDEM E PROGRESSO PARA QUEM?

 

A partir da necessidade de suprir questões sociais complexas concretizadas pelas grandes revoluções dos últimos séculos, Augusto Comte desenvolveu o positivismo, como uma teoria social capaz de sistematizar a desorganizada relação entre o desenvolvimento humano e a conservação de princípios.

 Apesar da teoria positivista soar, progressivamente, como o caminho à evolução máxima da humanidade, o que é possível constatar na prática é a predominância dos valores conservadores da sociedade em detrimento da evolução. Os ideais positivistas atualmente representam o embasamento filosófico sob os quais as classes dominantes se pautam, de modo a retardar a emancipação daqueles que podemos considerar vassalos ao domínio econômico.

A teoria proposta por Comte é falha na prática à medida em que sugere que as formalidades e a universalização das ideias de ordem e progresso em comunhão são possíveis em sociedades com interesses, costumes e princípios diversos. Entretanto, Comte traz grandes contribuições ao pensamento sociológico ao desenvolver a complexa relação entre o pensamento teológico e a metafísica, tornando possível a compreensão da necessidade da construção de uma filosofia e sistema pautado no desenvolvimento humano.

Porém, a ideia de manutenção da ordem em Comte, no mundo real, representa a conservação da dominação do homem pelo homem, em detrimento de qualquer movimento de subversão dessa ordem com intuito de democratizar a sociedade e emancipar todos os homens de amarras morais e materiais. Dessa forma, constata-se a utopia e manipulação construída através de tal teoria, que quando analisada em comunhão com a história da humanidade, mostra o sentido prático de manutenção da ordem como uma forma de controle das elites.

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