A partir da necessidade de suprir questões sociais complexas
concretizadas pelas grandes revoluções dos últimos séculos, Augusto Comte
desenvolveu o positivismo, como uma teoria social capaz de sistematizar a
desorganizada relação entre o desenvolvimento humano e a conservação de
princípios.
Apesar da teoria
positivista soar, progressivamente, como o caminho à evolução máxima da
humanidade, o que é possível constatar na prática é a predominância dos valores
conservadores da sociedade em detrimento da evolução. Os ideais positivistas
atualmente representam o embasamento filosófico sob os quais as classes
dominantes se pautam, de modo a retardar a emancipação daqueles que podemos
considerar vassalos ao domínio econômico.
A teoria proposta por Comte é falha na prática à medida em
que sugere que as formalidades e a universalização das ideias de ordem e
progresso em comunhão são possíveis em sociedades com interesses, costumes e
princípios diversos. Entretanto, Comte traz grandes contribuições ao pensamento
sociológico ao desenvolver a complexa relação entre o pensamento teológico e a
metafísica, tornando possível a compreensão da necessidade da construção de uma
filosofia e sistema pautado no desenvolvimento humano.
Porém, a ideia de manutenção da ordem em Comte, no mundo
real, representa a conservação da dominação do homem pelo homem, em detrimento
de qualquer movimento de subversão dessa ordem com intuito de democratizar a
sociedade e emancipar todos os homens de amarras morais e materiais. Dessa
forma, constata-se a utopia e manipulação construída através de tal teoria, que
quando analisada em comunhão com a história da humanidade, mostra o sentido
prático de manutenção da ordem como uma forma de controle das elites.
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