O que é poder? Na obra
“Conceitos Básicos de Sociologia”, Max Weber pontua poder como: “a oportunidade
existente dentro de uma relação social que permite a alguém impor sua própria
vontade mesmo contra resistência e independentemente da base na qual essa
oportunidade se fundamenta” (pg. 96). Por conseguinte, chega-se à conclusão de
que o poder expressa a competição de vontades.
Visto isso, seguimos para a
conceituação da expressão do poder, a dominação. A qual é definida, na mesma
obra, como: “ter o comando de ter o comando de um dado conteúdo especifico,
obedecido por um dado grupo de pessoas” (pg. 96). Desse modo, é possível
identificar que a dominação é a sobreposição da vontade de um sobre a de
outrem, sendo esses indivíduos ou grupos. Assim, pontua-se, também, a legitimidade,
que é a aceitação da dominação, seja por motivos afetivos, racionais ou
vinculados ao carisma.
Entendidos esses conceitos,
faz-se necessário o exercício da contextualização da perspectiva weberiana na
sociedade contemporânea. Começando pela dominação, essa não se apresenta
somente em casos explícitos, como no autoritarismo, ou no totalitarismo de um
Estado, mas também em todas as relações sociais, que por mais neutras que
possam parecer, também apresentam uma relação de dominação. Por exemplo, em uma
mera discussão quem utilizar os recursos escassos da intelectualidade da melhor
forma e, dessarte, convencer o outro de suas convicções, acaba por exercer
dominação sobre o que fora convencido.
Ademais, parto, agora, para a
estrutura da atual sociedade capitalista, na qual é expressa a dominação e a
legitimação desta sobre as classes trabalhadoras. De modo que essas não são
entendidas pela análise econômica do conflito de classes, mas pela analise
cultural e valorativa dessa sociedade (majoritariamente cristã e que venera o
trabalho). Pois, é através do discurso meritocrático de que o trabalhador pode
alcançar outro patamar social através do trabalho e da livre iniciativa que o
capitalista consegue legitimar sua dominação sobre o proletariado e, destarte,
cooptar esse último a defender interesses que não o favorecem. Interesses esses
como, por exemplo, a defesa de propostas políticas que desestruturam as
conquistas trabalhistas.
Tal dominação é exercida, dessa
forma, pelo mesmo fato mencionado inicialmente; o da utilização do recurso
intelectual escasso, o conhecimento, da forma mais eficiente e, sendo assim,
possível cooptar a massa proletária a aderir a determinada convicção ideológica
que a mantenha sob domínio moral, para que não haja subversões da estrutura
social.
Portanto, é nítido que a
cultura e os valores impostos pelo capitalismo são, majoritariamente, os
princípios que determinam a estrutura e manutenção desse sistema. E, além
disso, determinam, mais do que economicamente o conflito de classes (por si
só), o aspecto da dominação e sua legitimação sobre a classe trabalhadora.
Thales Goulart Direito - 1Ano - Diurno
Nenhum comentário:
Postar um comentário