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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Brasil contemporâneo e as ideias de Weber

 

     Max Weber, um dos principais sociólogos de todos os tempos tinha uma visão diferenciada da sociologia. Ele acreditava que a ciência social deveria ser objetiva, mas não neutra, para que ela pudesse compreender e explicar as dinâmicas sociais, sendo assim uma ciência da realidade. Suas ideias podem facilmente ser aplicadas ao Brasil contemporâneo, explicando-o.

     Na década de 2010 vimos a ascensão do político Jair Bolsonaro, que teve sua legitimidade por meio do “carisma”, o que o permitiu chegar em um lugar de dominação, que, de acordo com Weber é a probabilidade de influenciar e comandar as ações sociais de outras pessoas. Sua cosmovisão coincidiu com a de milhares de outros brasileiros, o que permitiu que esses tecessem entre si relações sociais fortes, mesmo que sua visão de mundo tivesse sido formada por valores e cultura individuais.

     A consequência disso foi não só a eleição de Bolsonaro para presidente, mas também vários outros acontecimentos, como o aumento do movimento antivacina que trouxe o ressurgimento de doenças antes erradicadas do Brasil ou o aumento de crimes contra pessoas LGBTs. Porém, é importante notar que essas ações também tiveram outras influências ou motivações, como as crenças, costumes ou até motivação emocional, já que Weber classifica as a ação social em 4 tipos possíveis. Essa parcela da população também clama pela formalização de seus interesses materiais (como o porte de armas, por exemplo).

     A verdade é que, apesar de nos convencermos que vimos o pior que a humanidade tem a oferecer, a pandemia provou que o que pensávamos era só um tipo ideal, e que este é objetivamente impossível, ou seja, a realidade pode ser bem pior que ele e a anticiência do presidente e de seus apoiadores prova isso.

     O que talvez ainda possa trazer esperança é o fato de a dominação plena ser somente um tipo ideal, ou seja, inalcançável.

Mariana Marcelino Rosa - 1º ano Direito - Noturno

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