Max Weber, um dos principais sociólogos de todos os tempos
tinha uma visão diferenciada da sociologia. Ele acreditava que a ciência social
deveria ser objetiva, mas não neutra, para que ela pudesse compreender e explicar
as dinâmicas sociais, sendo assim uma ciência da realidade. Suas ideias podem
facilmente ser aplicadas ao Brasil contemporâneo, explicando-o.
Na década de 2010 vimos a ascensão do político Jair
Bolsonaro, que teve sua legitimidade por meio do “carisma”, o que o permitiu
chegar em um lugar de dominação, que, de acordo com Weber é a probabilidade de
influenciar e comandar as ações sociais de outras pessoas. Sua cosmovisão
coincidiu com a de milhares de outros brasileiros, o que permitiu que esses
tecessem entre si relações sociais fortes, mesmo que sua visão de mundo tivesse
sido formada por valores e cultura individuais.
A consequência disso foi não só a eleição de Bolsonaro para
presidente, mas também vários outros acontecimentos, como o aumento do movimento
antivacina que trouxe o ressurgimento de doenças antes erradicadas do Brasil ou
o aumento de crimes contra pessoas LGBTs. Porém, é importante notar que essas
ações também tiveram outras influências ou motivações, como as crenças,
costumes ou até motivação emocional, já que Weber classifica as a ação social
em 4 tipos possíveis. Essa parcela da população também clama pela formalização
de seus interesses materiais (como o porte de armas, por exemplo).
A verdade é que, apesar de nos convencermos que vimos o
pior que a humanidade tem a oferecer, a pandemia provou que o que pensávamos era
só um tipo ideal, e que este é objetivamente impossível, ou seja, a realidade
pode ser bem pior que ele e a anticiência do presidente e de seus apoiadores
prova isso.
O que talvez ainda possa trazer esperança é o fato de a
dominação plena ser somente um tipo ideal, ou seja, inalcançável.
Mariana Marcelino Rosa - 1º ano Direito - Noturno
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