Submersa em um mar de relações sociais, camadas e camadas de pessoas me sobrepõem. Um turbilhão de conceitos, definições e ideais, faces de seres que não se demonstram em sua totalidade, mas sim em pequenas camadas, descamadas, descontínuas. E eu continuo estática questionando meu próprio ser, afinal quem sou eu? Qual a minha descrição? Será que tenho uma biografia sólida? Será que vivo sobre óticas diversas? Será que me defino ou definem a mim?
Caio em questões difusas, confusas. Caio em abismos profundos, em poços sem fundo e por fim me encontro em questões diminutas, mas simples e completas em sua essência. Em um instante o caos, a dúvida e todos os questionamentos cessam e percebo que por um segundo estou vivendo, pois a certeza do EU humano é saber que está vivo, não só biologicamente, mas acima de tudo conceitualmente, psicologicamente, seja ambíguo ou integralmente.
Finalmente penso, finalmente existo, finalmente sou, finalmente, fatalmente, somente, só mente, minha mente que mente... Então mais uma vez é dia, para onde foi a certeza do Eu? Porque os questionamentos retornam? Porque a sociedade me oprime? Porquê?
E assim a dúvida ressurge e meu caos renasce.
Nathália Galvão - Noturno
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