Vive-se um momento político, no contexto brasileiro, em que há intensa proliferação e divulgação de ideias a todo momento, partindo de pessoas, grupos e partidos políticos. Todas essas opiniões e ideais seriam considerados racionais por Descartes, pois este afirmou, em "Discurso do Método", que o bom senso ou a razão, isto é, a capacidade de discernir o que é verdadeiro e o que é falso, são "(...) coisa mais bem distribuída [no mundo](...)". No entanto, apesar de essas ideias não poderem ser consideradas irracionais, devem ser passíveis da "dúvida metódica" ou "hiperbólica", já que o Método procura aumentar o conhecimento através do questionamento de tudo que lhe for apresentado como bom e verdadeiro. Assim, é necessário, antes de "comprar uma ideia" e tomar uma posição política, duvidar de todas essas ideias. Aquelas que passarem pelo "funil da duvida" deverão ser divididas, analisadas e, por fim, passarem por uma revisão, até que não reste nenhum questionamento acerca delas para que possam ser tomadas como verdadeiras e boas para a sociedade.
Todavia me parece que, apesar de estarmos inseridos num mundo de informações vastas, estamos deixando de ser questionadores da realidade e das informações que nos são divulgadas e aceitando-as de forma passiva. Descartes foi para "o fundo do poço".
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