Em sua obra “O discurso do método”,
o filósofo e matemático francês René Descartes apresenta um método único para a
construção do pensamento científico fundamentado na razão. Esse instrumento,
inerente a todos os seres humanos, possibilita a edificação e a transformação
do mundo através da gradual elevação do conhecimento e da análise quanto à
veracidade deste.
De acordo com o autor, a razão era
uma dádiva concedida por Deus para que os indivíduos pudessem distinguir o
verdadeiro do falso e, assim, consolidar a ciência. Por outro lado, era
necessário esquivar-se das “más doutrinas”, como a superstição, a mágica e a
alquimia, visando ao pleno domínio do ser humano sobre o mundo.
A título de exemplo, pode-se citar a
teoria geocêntrica de Ptolomeu, defendida pela Igreja Católica e refutada por Nicolau
Copérnico através do heliocentrismo. Esta teoria foi aprimorada por outros astrônomos,
entre eles Galileu Galilei, que foi obrigado a renunciar suas ideias e cujos
livros foram proibidos pela Igreja. Desse modo, constituiu-se um dogma, pois a
informação foi considerada absoluta na esfera religiosa, o que se
contrapõe ao preceito de Descartes de nunca aceitar como verdadeiro aquilo que
não se conhece claramente.
Assim, é a partir da dúvida que a
Filosofia, o Direito e as demais ciências se constroem. Não deve haver,
portanto, algo que não possa ser questionado e revisado a fim de evitar a
estagnação do conhecimento e promover a constante busca pela verdade.
Bianca Carolina Soares de Melo - 1º ano Direito - Noturno
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