Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 13 de março de 2016

       A atemporalidade do discurso

O distanciamento entre a analise acerca do racional e do bom senso, ensaiado por René Descartes, no século XVII, às concepções que envolvem o discernimento entre o verdadeiro e falso produzidas pelo brasileiro do século XXI ultrapassam o simples intervalo de 4 séculos.
A tentativa de elevação do conhecimento, ainda que condicionada às diversas evoluções em áreas como tecnologia ou acesso à informação, que marcam o período atual, se inverte à uma regressão relacionada aos métodos contemporâneos simplistas verificados na busca pela sabedoria para utilização da razão e do bom senso.
A nova era da informação dinâmica e sem filtros aparenta, nessa atitude, abandonar o esforço de Descartes para condução da razão à medida que não se interessa por ações comprovadamente eficazes para qualificação do embasamento opinativo, como a “instrução pelas letras”, por exemplo, a qual se verifica por meio da leitura de livros relacionados ao que se deseja informar, ação que Descartes qualifica como uma “conversação com as pessoas mais qualificadas dos séculos passados”, procedimento frequentemente renunciado por inúmeros reprodutores de falácias nas redes sociais, por exemplo.
Não apenas no âmbito da erudição o método clássico é negligenciado pela atualidade. A máxima exprimida pelo francês que propõe a preferência por opiniões moderadas sobre os diversos assuntos é sumariamente esquecida por uma parcela da sociedade atual que se apropria dos excessos, muitas vezes ferindo direitos fundamentais assegurados no período presente.
          Ainda que se verifique a recente necessidade de retomada de determinadas ações na pretensão de aumentar o conhecimento e melhorar a utilização do bom senso, a passagem dos séculos apresenta progresso com firmeza neste âmbito, o que verifica o não abandono completo das máximas sugeridas por René Descartes. Cabe à modernidade, dessa forma, resgatar esses preceitos produtivos recomendados há séculos, que justificam a produção de Descartes ser considerada clássica.

   
     Rafael Varollo Perlati      1º ano Direito Noturno




Nenhum comentário:

Postar um comentário