O livro intitulado ''Discurso sobre o Método'' redigido por René Descartes é inovador em seu contexto histórico tendo em vista que rompe com os paradigmas da época, sendo exemplo destes os modos de adquirir conhecimento , os quais se traduzem na filosofia clássica e no ensino tradicional. A obra cartesiana tem por objetivo a introdução de um novo método que visa a constante busca criteriosa do conhecimento verdadeiro advindo das ciências. Mesmo que tal método tenha sido introduzido em meados do século XVII, algumas considerações deste podem e devem ser utilizadas pelo corpo social contemporanêo .
A partir da máxima proferida por Descartes ,pertencente as regras do método, '' Nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse claramente como tal [...] '', pode-se fazer um paralelo negativo com a sociedade pós moderna tendo em vista a falta de vigilancia epistêmica desta. Desse modo, a razão, a clareza e a duvida metódica (uma suposição de que qualquer afirmação que oferecesse o menor motivo para se duvidar, seria considerada falsa), conceitos relevantes para Descartes a fim de alcançar a verdade e, em consequência, o conhecimento, são desprezados por parte da sociedade atual, tendo em vista que esta assimila automaticamente ( fato em que o processo da duvida não e considerado ) todo e qualquer conteúdo advindo muitas vezes de fontes duvidosas em que há falta de clareza . Sendo assim, parte da sociedade torna-se rasa de conhecimento, pois não há um processo metódico de verificação das realidades e afirmações.
A adequação da sociedade a alguns preceitos do método tende a gerar uma maior organização desta , tanto no modo como assimila os conceitos como no processo de formação do conhecimento. Tal fato demonstra a atualidade do método, que mesmo tendo sido escrito a cerca de 400 anos, ainda pode ser empregado no corpo social como modo de obter-se melhorias.
Ianca tonin - Direito diurno
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